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portugal dos pequeninos

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DO ANO QUE PASSA - 5

João Gonçalves 30 Dez 06

O enforcamento de Saddam Hussein, depois de um julgamento indigno desse nome, é, ao contrário do que Bush imagina, um ponto de partida. É grave que o líder do mundo ocidental se regozije com um acto bárbaro ao arrepio de algo que levou anos e anos para se tornar uma conquista civilizacional: a eliminação da pena de morte. O Iraque transita assim para 2007 como uma enorme gangrena que ameaça alastrar. A morte do ditador é apenas mais um rastilho, porventura o mais impressivo, para desaustinar o mundo árabe e os famosos terroristas que Bush julgava surpreender no Iraque. Pior era impossível.

5 comentários

De batuta a 30.12.2006 às 23:11

Continua a ser um enorme prazer ler os seus "posts".

Continue, Bom Ano.

De nanda a 30.12.2006 às 23:18

Absolutamente de acordo.
Esta execução vai criar um mártir, sem necessidade. Sadam, preso, já não podia voltar a fazer mal a ninguém. A sua memória vai fortalecer e incentivar os fundamentalistas da região, que estão preparados para morrer por aquilo que reivindicam, matando indiscriminadamnte e aumentando ainda mais o ciclo da violência. O que vimos hoje não é um acto de justiça, é um acto de ódio, vingança e crueldade. O patrocínio de Bush só envergonha a chamada "civilização" ocidental.

De matilde a 31.12.2006 às 01:45

Acho que para voltarmos à Idade Média, mais valia arrancarmos a cabeça ao homen e espetá-la num pau, em jeito de aviso. Sinceramente, se é para mostrar ao mundo a civilização, lamento o gigantesco retrocesso no modo de fazer justiça... Ainda há esperança neste mundo?

De rs a 02.01.2007 às 14:38

....que maneira mais terrível de se entrar num novo ano: um enforcamento que não me sai da cabeça....

Política / Cinismo / Interesses / Indiferença /Arrogância / Prepotência.......

De iupi a 02.01.2007 às 15:00

civilização, conquistas civilizacionais, criação de mártires, falta de justiça...enfim, tudo cabe neste saco sem fundo, tudo e o seu contrário.

é de louvar uma civilização que sabe respeitar a sua própria memória, a memória dos outros, e que não se inibe por argumentos falaciosos, para se livrar de monstros.

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