
Ontem, em Ponta Delgada, Alegre saudou o sr. César - uma invenção recente do PS que lhe cata votos e que instituiu o "filhismo", o "primismo" e o "amiguismo" como forma de governar - como uma "referência" do PS e, pelos vistos, dele. Nem uma palavra para dois açorianos que, muito antes de se saber quem era o inócuo César, já tinham dado bastas provas como "referências": Jaime Gama e
Medeiros Ferreira. Um fundou o PS e o outro, como MNE, por exemplo, solicitou formalmente a adesão do país à hoje UE, ajudou a flexibilizar o regime nos "reformadores" e é insuspeito de ter uma biografia escrita à pressa nos sofás das secções partidárias. Basta ler a sua intervenção no "congresso de Aveiro", no final dos anos sessenta, quando César ainda devia usar bibe, para afirmar desde logo
Medeiros como intelectual e politicamente superior a qualquer cristão-novo da treta. Foi, anos a fio, o "cabeça de lista" pelos Açores e foi precisamente César quem lho pediu para ser porque percebeu (não é, evidentemente, um manifesto bronco) que alguém como Medeiros Ferreira podia dar à Região a visibilidade política que Mota Amaral, mais provinciano, não lhe quis ou soube dar. Sucede que Alegre, na lambedura inclinada da espinha que perpetrou à presente nomenclatura norte-coreana do PS nas pessoas do cacique César, do espertalhão dinossáurico Almeida Santos e do querido líder, hipotecou imediatamente aquela balofa retórica da "independência" e da "neutralidade" que apregoa aos tolinhos do "MIC" e à arq.ª Roseta. Apresentou-se, enfim, como o candidato que vai ser. Com um paninho branco dobrado no braço, pronto para o serviço.
Será que Alberto João está para Sócrates, como César está Alegre?
Estará Alberto João mais próximo de Sócrates do que Alegre de Sócrates?
Estaremos perante a (re)fundação de um PS Açoreano e de um PSD Madeirense!
Abençoados sejam.
A
Rui