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portugal dos pequeninos

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A BOA TENDÊNCIA DE QUERER DIZER A VERDADE

João Gonçalves 29 Out 11


Segundo julgo saber, o jornal Público vai dispensar a colaboração de Eduardo Cintra Torres, Helena Matos e Luís Campos e Cunha nas suas colunas de opinião. Não deixa de ser irónico. Qualquer deles distinguiu-se por evitar cair na tentação, dolosa ou ingénua, da "redacção única" que predomina, independentemente dos poderes do momento, nas matérias que trataram. Sobretudo nos derradeiros anos. Estou certo que outros media os saberão aproveitar nem que seja para desenjoar da mesmice predominante, alguma dela com acesso a praticamente todos os meios de comunicação social disponíveis e, a outra, apenas analfabeta, cretina ou irrelevante. Este blogue deve uns quantos dos seus posts ao Eduardo Cintra Torres ao reproduzir, com admiração e amizade, textos seus, ou parte deles, a partir do Público. Assim acontece desta vez que, seguramente, não será a última.

«Escrevi sempre com frontalidade, que é característica dos independentes. Não usei a crítica para recados ou subentendidos. Fui a direito. Ser frontal e independente, porém, tem um preço enorme em Portugal. É-se alvo de despedimentos, ataques e de insultos; muitas pessoas não entendem, ou não têm a educação para entender, que a frontalidade é, por natureza, bem educada; a frontalidade não dá "tachos", ao contrário do que tantas vezes li a meu respeito, antes rouba oportunidades e traz dissabores, incluindo processos judiciais e a interrupção de colaborações mediáticas, como me sucedeu há anos. Sempre considerei que o poder político não apreciava o meu trabalho nesta coluna, dado que os independentes, ao contrário dos lambe-botas, dos intolerantes e dos medrosos, são imprevisíveis e têm tendência a querer dizer a verdade, mesmo que sofram as consequências disso.»


Adenda: Ouço na antena1, rádio pública, duas criaturas (uma em Lisboa e a outra no Porto onde existe quase uma outra RTP) congratularem-se e rirem-se alarvemente com o fim da crónica semanal de Cintra Torres no Público. Mais. Um deles estava superiormente satisfeito por ter podido ir a tribunal testemunhar contra Cintra Torres. E o outro sugeria que o papel onde vinha impressa a crónica de CT nem para outros propósitos serviria. Não revelo nenhum segredo (vem nos relatórios e contas que são públicos) que a componente "rádio" da RTP custa presentemente à volta de 40 milhões de euros aos contribuintes. Para, entre outras coisas, exercícios de autocomplacência como estes?

16 comentários

De joshua a 29.10.2011 às 01:50

Um dos meus absolutamente preferidos. Grande abraço para ele por todas as razões feitas de comunhão intelectual e sensibilidade ética.

De Anónimo a 29.10.2011 às 09:07

A má moeda expulsa a boa moeda.
A Eduardo Cintra Torres, Helena Matos e Luís Campos e Cunha o nosso obrigado e a promessa da nossa ainda maior atenção aos artigos que vão escrevendo.

De Anónimo a 29.10.2011 às 09:12

Os acima jornalistas eram a única boa razão pela qual valia a pena comprar o jornal.

Desejo um bom enterro ao Jornal e peço ao tio Belmiro e filhote que não virem a gordura da carne para baixo nas embalagens de esferovite.

De Anónimo a 29.10.2011 às 14:27

Quanto à Adenda: está inteiramente nas mãos dos decisores políticos a boa gestão dos dinheiros públicos, a qualidade da informação dos órgãos de comunicação social detidos pelo Estado e a pluralidade de opinião (vulgo, "liberdade de expressão") lá em prática. Assim como, na Lusa, o critério 'redactorial' - que produz tão belas e fiéis 'traduções' (do inglês...) das notícias e factos internacionais: entre interpretações benévolas, omissões piedosas, e deformações educativas/formativas (Mao apreciaria e aprovaria totalmente), a Lusa vai ainda encharcando o País com ideologia; bem à maneira da 4ª Divisão do MFA em 1975.

Ass.: Besta Imunda

De jsp a 29.10.2011 às 15:27

Quem ganha com estes "suicídios" da folha de couve ( e nunca, por nunca ser, fazer compras nas mercearias do Belmiro) é , indubitàvelmente, a prestigiosa Fábrica de Papel REnova...

De Isabel a 29.10.2011 às 16:32

Este país dá MESMO "vontade de morrer". Aos ilustres saneados (não tenhamos medo das palavras - eles nunca o tiveram) desejo que assistam de camarote ao enterro do, de aqui em diante, pasquim do "merceeiro do reino".

De Anónimo a 29.10.2011 às 17:35

Eram eles que me faziam tirar, de vez em quando, umas moedas do bolso para comprar o pasquim. Alguém os aproveitará, sem dúvida, e merecem. Sem falar de nós, que também merecemos ler alguma coisa de jeito. Coisas feitas "à Continente"...
bloody mary

De Anónimo a 29.10.2011 às 19:13

Este Sr. Cintra é um malabarista.

Tem a mania que percebe alguma coisa de televisão.

porque é que ele não alvitra uma «janela de 4 horas» para o serviço público nacional de televisão - a emitir pela TVI ou pela SIC - como fizeram para as RTP's da Madeira e dos Açores, únicas estações que ainda fazem serviço público?

De MacGuffin a 29.10.2011 às 19:54

Poucas coisas me espantam, em Portugal. Mas confesso que estou admirado com o que julgo ter percebido. Aproveito para pedir aos responsáveis do jornal para afastarem, também, Vasco Pulido Valente, Miguel Esteves Cardoso e Pedro Lomba. Para deixar de comprar o Público, de uma vez por todas. Triste, muito triste.

De Alves Pimenta a 29.10.2011 às 20:55

Uma vergonha! Quando é que o Paulo Azevedo ganha juízo e manda fechar a chafarica?

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