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"Os tempos são ligeiros e nós pesados porque nos sobram recordações". Agustina Bessa-Luís
João Gonçalves 24 Mar 11
«Era assim que tudo fatalmente acabaria. Com um primeiro-ministro acossado e em fuga, recorrendo a todos os truques para falsificar a sua responsabilidade, vitimizando-se e com um PS domesticado e desesperado por salvar o que resta. Quem quiser perceber a manobra fugitiva de Sócrates que leia um texto do cientista político espanhol José Maria Maravall “Responsabilidade e manipulação” (está disponível na Internet). O caso estudado por Maravall é a conduta do PSOE espanhol nos anos 80. Para manipular o processo de responsabilização política pelos eleitores, os media foram apertados; escondeu-se informação relevante que permitisse acompanhar o Governo; falsearam-se os resultados das políticas governamentais; o partido começou a viver com férrea disciplina e centralismo para aparecer artificialmente unido na crise, culpou-se a oposição pelo que fez e não fez; o Governo apresentou as suas políticas como necessárias e inevitáveis. Sócrates abraçou em absoluto esta retórica da manipulação da responsabilidade. É a sua única saída. A responsabilidade não é dele, é de outros. A crise não é dele, é de outros. Muito haverá para dizer sobre este período deletério que Sócrates encarna na nossa política. Um dia perguntaremos como foi possível.»
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O grande canalha, canalha, entenda-se, porque refinado aldrabão, caiu. E caiu, porque a manipulação e extorsão do povo ingénuo tem limites.
Sócrates, apoiado pela legião de canalhinhas que o rodeiam e incensam, na ânsia de benefícios, apesar da sua labiosa oratória, nunca deixou de evidenciar, para quem está atento, o seu carácter prepotente e mesquinho, a sua tendência para o despotismo intransigente e a sua falta de vergonha.
Na barriga da mãe foi-lhe dado o dom da oratória. Ele aproveita-o. E nada haveria a objectar se a sua facilidade discursiva não fosse utilizada para influenciar negativamente, para enganar, para aldrabar quem o ouve.
Diz-se, que Hitler devia ter conseguido, com os seus discursos inflamados, hipnotizar o inteligente povo alemão, talvez como tentativa de explicação do comportamento servil desse povo que tanto admiro. Tenho de aceitar que isso talvez corresponda à verdade, ao ver a passividade com que o povo português, na sua grande maioria inculto, atávico, indolente, com pouca ou nenhuma apetência para aprender, sem vontade para se interessar pelo que não seja futebol, cartas, vinho e mulheres, tenha-se deixado levar, com paciência mais que evangélica e benevolência inaceitável, pelo fascínio do seu discurso.
Mas a complacência do povo foi longe de mais e vai pagar bem caro por isso.
O covil do Rato é pródigo na criação de aldrabões. Aquando dumas eleições para a Presidência da República, que tiveram como protagonistas finais Mário Soares e Freitas do Amaral, o primeiro, conseguiu eliminar a vantagem que as sondagens davam ao segundo, lançando mão de uma autêntica bojarda num seu discurso de propaganda eleitoral. Embora se diga para aí, que posteriormente pediu desculpa pelo acto ignóbil que praticou, tal atitude, para mim, não releva e continuo na minha: quem mente para enganar terceiros é um verdadeiro canalha. E o covil citado tem lá muitos.
Perdi a tarde do dia 23 para poder assistir ao espectáculo parlamentar. Mas não foi tempo perdido em vão, porque pude assim confirmar a péssima opinião que tinha de uns e ficar a conhecer melhor outros.
O grande canalha, após o discurso inicial de Teixeira dos Santos, ausentou-se. Considera-se, coitado, pessoa demasiado importante para ter de ouvir discursos da plebe parlamentar. Confirmou bem, com tal atitude, a péssima opinião que dele tenho. Depois, durante a sua comunicação ao país, a partir de S. Bento, quase me fez chorar, ao deparar com o seu semblante falsamente compungido, de grande histrião, que adoptou para anunciar que acabara de pedir ao PR a sua demissão do cargo de primeiro-ministro. Queria, com tal atitude, começar a peitar desde já eleitores piedosos, ingénuos e crédulos para a campanha que se aproxima.