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"Os tempos são ligeiros e nós pesados porque nos sobram recordações". Agustina Bessa-Luís
João Gonçalves 28 Set 22
Ora "esta lepra que nos mata" - a expressão é de 1943 e pertence à filósofa Simone Weil - como que "atacou" as democracias liberais ocidentais gerando, como referi, citando Manuel Maria Carrilho em "O que aí vem", esta imensa procissão de leprosos que carregam às costas o fardo da mediocridade das suas elites políticas e o seu próprio, agora famosamente inflacionado, quer no sentido económico do termo, quer pelas circunstâncias ocorrentes aceleradas, todas, no pior sentido em 2022. Carrilho lança na quarta-feira o seu segundo livro daquilo a que quero chamar "a tetralogia virtuosa", "A democracia no seu momento apocalíptico", precisamente sobre isto tudo. O "prólogo" será o "Pensar o que lá vem", de Janeiro de 2021.
A "primeira jornada, o "Sem retorno", de Setembro do mesmo ano. A "segunda jornada", este. E uma "terceira jornada" que se chamará, provavelmente, "Impensar". É tão raro pensar-se por cá o que interessa que continuo com Carrilho para a semana.
João Gonçalves 28 Set 22
"Há cada vez menos pessoas que defendem a democracia e cada vez mais pessoas que são indiferentes aos regimes autoritários. E isto passa-se, cada vez mais, com os mais jovens.
A espiral fatal do extremismo do centro?
É o modo de governo, é um modo que tira o poder aos cidadãos. Mas falo do apocalipse porque todos os processos que já referi levam a que tenhamos uma política de um pragmatismo sem qualquer visão, ninguém sabe o que vai acontecer. É tudo imediato, é tudo remendos, e o curto prazo é outro elemento fatal para a democracia. Se vivemos num regime de curto prazo não temos possibilidades de consolidar qualquer projeto.
A Europa tornou-se especialista em superar crises sem as resolver. Tivemos a crise da moeda, a crise da saúde, a crise da ciência e agora temos a crise da energia. Há todas estas ilusões de ir andando para a frente sem nunca se resolver aquilo que está para trás.
O que é que explica essa grelha de leitura permanente associada à crise?
É o não se assumir a crise. Como é que se sai de uma união que não funciona? Na verdade, sabemos como se sai, com união política, com harmonização fiscal e com o fim da desigualdade económica. Mas nada disto se fez, pelo contrário, todos estes fatores se agravaram, mas são negados. A Europa é um avião sem piloto. Ursula von der Leyen, penso que de forma imprudente, identifica a causa da Ucrânia com a causa da democracia.
Existem geringonças porque acabaram as ideologias, aumentou a fragmentação política e social e, portanto, a democracia transforma-se cada vez mais.
Em quê?
Deixa de ser um regime político ancorado nesta ideia da transformação das sociedades a partir da liberdade dos indivíduos e da sua força coletiva, para ser um simples modo de designação dos governantes. Aquilo que estamos a ver hoje em Itália, por exemplo, não tem nada a ver com o que se passou com Mussolini, isto é algo completamente novo. Temos é de descobrir o que é este novo.
Portugal continua a ser um país, a meu ver, atordoado e desvitalizado. Não há nenhuma visão, nem nenhum programa e é também rebocado porque desde a entrada na União Europeia, e particularmente nos últimos anos, anda a reboque. Nem esse reboque fazemos bem-feito, porque mesmo com todo o dinheiro que nos chega da Europa vemos que não há projetos ou que não há uso desse dinheiro. Há um guiché para as necessidades urgentes, mas não há visão global. A política vive num estado constante de conformismo patológico e isso faz muito mal à sociedade."
Por falar em discursos inconsequentes. No discurso...
INDUÇÃO CULTURA TUGA Gritem, esfolem-se, sofram e ...
" A política vive num estado constante de conformi...
Não vale a pena.
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