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"Os tempos são ligeiros e nós pesados porque nos sobram recordações". Agustina Bessa-Luís
João Gonçalves 22 Set 22
Excerto do texto sobre Michel Houellebecq que escrevi para o livro "Linhas Direitas", de 2019. O da fotografia é dele, em "O mapa e o território", numa magnífica tradução de Pedro Tamen. No (meu) título original, o ensaio intitulava-se "Houellebecq, o escritor de uma civilização danificada". Há três anos não podia adivinhar que o livro seguinte - estávamos no momento "Serotonina" - se iria chamar "Aniquilação". Em 2022, persiste o mais notável leitor do contemporâneo, precisamente quando a vida anda a imitar a arte da pior maneira.
Toda a literatura “houellebecqiana” é uma literatura reveladora do declínio, não se sei se irreversível, da noção de “Ocidente” tal qual o conhecemos até sensivelmente o final do Verão de 2001. Simultaneamente, representa a tentativa, entre o romanesco, o “ideológico” e o filosófico, da superação dessa queda pela ironia, o humor, a tristeza ou o amor, enfim pelo regresso ao sentimento sem um pingo de sentimentalismo folclórico.
As Esquerdas tenderão a ver ali um misógino egoísta, reaccionário e depressivo porque não percebem que ele é o Balzac possível do primeiro século XXI, sem demasiado proselitismo afectivo ou outro qualquer. E as Direitas podem rejeitá-lo por alegadamente promíscuo ou desrespeitador da “norma”, por sinal há muito não definida por elas.
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