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"Os tempos são ligeiros e nós pesados porque nos sobram recordações". Agustina Bessa-Luís
João Gonçalves 8 Ago 22
Aprovada a chamada "Intangível", a lei da separação da Igreja e do Estado, em Abril de 1911, o jacobinismo terrorista não se privou de nada. Nas palavras de Vasco Pulido Valente, "espancou padres, proibiu ou interrompeu cerimónias (dispersando, por exemplo, procissões pela força ou ameaçando católicos que persistiam em assistir à missa), roubou objectos de culto e conspurcou altares". Não vale a pena, evidentemente, citar os jornais do partido sobre a matéria. Se uns diziam "mata", os outros sugeriam "esfola" e assim sucessivamente. Porque lembro isto tudo em plena estação dita estúpida? Porque, a pretexto dos trabalhos de uma comissão laica criada para o "levantamento" dos abusos sexuais na Igreja, está em marcha o maior ataque à ICAR, em Portugal, desde esses "bons" tempos do doutor Afonso Costa. A comissão tem a bênção de todo o regime, presidente da República incluído, que, na sua habitual pusilanimidade (está cada vez mais parecido com o velho e senil Arriaga das "Harmonias Sociais"), começou por se afastar "pessoalmente" da coisa para, "pessoalmente", poder estar com Manuel Clemente, o patriarca, e agora apoiar entusiasticamente a comissão que, segundo ele, deve prolongar os trabalhos o tempo que for preciso. Entretanto, Clemente, nas suas próprias palavras, tem sido "assassinado" no seu carácter, e esteve com o Papa a quem colocou o lugar à disposição do sucessor de Pedro. É porventura fel que conhece bem, e que agora prova, depois dos "esforços" para prevenir a ascensão de Carlos Azevedo a patriarca no lugar dele. Assim, a Igreja conseguiu ser atacada por duas vias na prolixa opinião que se publica e que a odeia. Por um lado, por ter "escondido" abusos e silenciado "vítimas" que brotam constante e retroactivamente, debaixo das pedras, em directo, para os jornais e para as televisões. Por outro, pelas trapalhadas relacionadas com a Jornada Mundial da Juventude de 2023, em Lisboa, onde já não há cão nem gato que não venha em socorro do Estado laico por causa dos "milhões" a gastar.
(Hoje no "Jornal de Notícias": https://www.jn.pt/opiniao/joao-goncalves/nada-de-novo-debaixo-do-sol-15077536.html?fbclid=IwAR0C89U-Kw0_Tcw41yir3ca5jCPndMPmYh_n-3Ipn9UgbcKa_81pZCWwAyI&fs=e&s=cl)
João Gonçalves 8 Ago 22
A minha derradeira participação aqui, na blogosfera, foi num outro blogue, o Contra-Corrente, a pedido do Nuno Lebreiro. Escrevi sobre uma faceta menos conhecida de Vasco Pulido Valente que tinha morrido nesse ano: a de professor. Meu. Duas vezes. Com a devida vénia àqueles meus amigos, aqui fica o link:
https://dossiers.contracorrente.pt/2020/11/o-meu-professor-vasco-pulido-valente.html
Passou muita coisa entretanto. E, sobretudo, passaram demasiados anos e demasiados fracassos, inteiramente pessoais, sobre estas recordações relativamente inúteis. Fi-las com o único propósito de me lembrar de Vasco Pulido Valente no dia em que faria setenta e nove anos. Ele que, precisamente, “ajudou” a “preparar-me” para aquilo que podia ter sido e nunca fui. E para lembrá-lo a eventuais terceiros, não apenas como o historiador, o polemista, o comentador, o cronista, o político, etc., como será mais “conhecido” – qualidades de que outros falarão melhor e mais acertadamente do que eu -, mas como alguém que conheci e retive, também, enquanto professor. O meu professor Vasco Pulido Valente, que me ajuda permanentemente a resistir à mediocridade. Valendo o que valem, estas recordações são evidentemente para a Margarida.
João Gonçalves 8 Ago 22
Decidi, após as estúpidas interdições do grupo Meta - Facebook -, retomar a actividade do blogue "Portugal dos Pequeninos". Quando o criei, há quase 20 anos, o país não era muito diferente do que é agora. Na altura, usei um verso do O'Neill como epígrafe: "neste país em diminutivo, juizinho é que é preciso". Quem diz juizinho, diz respeitinho. Ora eu, 20 anos mais velho, continuo a não ter nem muito de um e nada do outro por esta choldra. Tudo o que me aconteceu, e nos aconteceu entretanto, reforçou a minha convicção. Se é que, sobre Portugal, se pode falar em convicções, lugar mal frequentado (um abraço para o Além ao António Ribeiro Ferreira) desde que o outro veio de Guimarães por aí abaixo. A tripla no cume do Estado a que isto chegou é das piores desde os idos da República do outro Costa. O "povo" também não se recomenda particularmente. Enfim, se persistimos pequeninos, por que não falar disso mais apuradamente como "soía"?
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