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"Os tempos são ligeiros e nós pesados porque nos sobram recordações". Agustina Bessa-Luís
João Gonçalves 1 Mai 15
João Gonçalves 1 Mai 15
Deixado à solta, entre queijos em Aguiar da Beira, o dr. Passos Coelho reparou a meio do seu desastrado improviso na presença da veneranda figura do dr. Dias Loureiro, o "Manel" como é carinhosamente tratado pelos íntimos. E vai daí apresentou-o como o "empresário exemplar" que levou a bem-aventurança do empreendedorismo nacional aos locais mais remotos do mundo. Um pilar na "exigência" e no "método". O dr. Loureiro, convém recordar, ajudou a fazer e a desfazer algumas lideranças do PSD até passar directamente das actividades partidárias e governativas para os negócios. Criou, como Jorge Coelho, um dos tais "íntimos", a aura senatorial uma vez que o regime, nessa matéria, não é de grandes exigências. O Doutor Cavaco até o conduziu aos altares do Conselho de Estado sem se rir. O eng. Sócrates viu uma sua hagiografia ser apresentada por ele. E um governo, o de Santana Lopes, foi praticamente formado pelo dr. Loureiro em Monsanto. É claro que, pelo meio, houve uma coisinha sem importância, o BPN, o banco do "centrão" em que o dr. Loureiro desempenhou o seu papel como pôde. Nunca mais o vimos, nem sequer nos lembrávamos dele, até este extraordinário louvor público do dr. Passos. Não valia a pena.
João Gonçalves 1 Mai 15
Leio que o dr. Mota Amaral está "disponível" - é assim desde o antigo regime quando entrou, novinho, para a então Assembleia Nacional - para encabeçar a lista do PSD nos Açores. Consta que o novo senhor do partido no Atlântico, Duarte Freitas, pretende renovar a coisa e remover gentilmente o dr. Amaral dessa primazia. Concordo com o sr. Freitas. O dr. Mota Amaral tem-se em grande conta e, depois de se ter "desinstalado" tranquilamente do Estado Novo (era o único deputado da chamada "ala liberal" em funções no 25 de Abril: os outros ou já se tinham demitido ou nem sequer se recandidataram em 1973 por manifesta inutilidade do exercício), instalou-se confortavelmente no actual regime para, julgava ele, nunca mais sair. Retirar-se a tempo em certas circunstâncias da vida, pública ou privada, é uma razoável saabedoria que a poucos assiste. O dr. Amaral, que não é parvo, devia ser o primeiro a compreender isto. Agora alguém vai ter de lhe explicar.
João Gonçalves 1 Mai 15
«Meia dúzia de homens de músculo político agarraram na criatura e resolveram enfiar a dita sem grande cerimónia pela goela aberta de um povo miserável e de uma “classe dirigente” sem destino ou vergonha. Claro que os socialistas nunca na vida mostraram o menor escrúpulo em organizar esta espécie de operação. Basta lembrar que o dr. António Costa tomou o partido de assalto com uma grande dose de brutalidade e demagogia, perante a equanimidade e o deleite dos seus queridíssimos camaradas. Agora, a ideia é fazer o mesmo com o país: a tradição ajuda. Soares como Sampaio estão ali para o trabalho sujo. Sampaio com o vácuo de uma cabeça onde nunca entrou nada; Soares com ar rusé, que de quem continua a puxar os fios da intriga. E Manuel Alegre com a sua insofrível jactância e pretensão moral. O candidato, esse, não conta. Cita Sophia de Mello Breyner, “Zeca” Afonso e Sérgio Godinho, e com esta mistura de um lirismo torpe faz declarações sem propósito ou consequência. Promete (imaginem só) não se “resignar” à “destruição do Estado Social”, à pobreza, ao desemprego, à “exclusão” ou à mais leve força que “ponha em causa a dignidade humana”. Como tenciona fazer isto, não confessa. Promete “agir” com “integridade e honradez”, coisa que deve tranquilizar a populaça já com muito pouco para espremer. E promete, para nossa perplexidade e espanto, não assistir “impávido” à “degradação da nossa vida pública”. Não percebe ele que a sua própria candidatura, fabricada por meia dúzia de maiorais do PS, à revelia dos portugueses (que nem o conhecem), é o mais grave e humilhante sinal da “degradação da nossa vida pública”?»
João Gonçalves 1 Mai 15
«Todo o processo de engendramento e implantação do Acordo Ortográfico de 1990 só tem paralelo nas experiências agrícolas de Lissenko: a ortografia, como o trigo duro, tem de se vergar às miragens de uma ideologia (que tem nome de “lusofonia”, mas é muito mais do que ela) e conformar-se aos desígnios de políticos e cientistas pioneiros, ditos linguistas, mas que são na verdade agentes de uma ciência politizada. Juntos, gritaram em coro, antes de perderem o pio: “A ortografia é a arte plástica do Estado”. Quem lê jornais, escritos públicos e documentos oficiais percebe que está instalada a anomalia ortográfica (em meia hora de televisão, no dia 25 de Abril, li dois “fatos” em vez de “factos”) e que a aplicação do AO90 é tão desastrosa e tão contrária aos efeitos pretendidos (temos agora três normas ortográficas no “espaço lusófono”) como a agricultura de Lissenko. E é já tão paródica como ela. O que é irritante é que toda a verdade de facto exige peremptoriamente ser reconhecida e recusa a discussão. Por isso é que os políticos com responsabilidade nesta matéria e o respectivo braço armado científico (os cientistas pioneiros do laboratório linguístico de onde saiu o AO90) recusam sair a público e discutir os resultados da sua bela obra: mostram-se às vezes irritados com o ruído da paródia. Mas apostam no silêncio, à espera que das intervenções genéticas no trigo duro nasça, se não cevada e centeio, pelo menos erva para forragens.»
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...