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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

Teatro de marionetas

João Gonçalves 29 Abr 15

 

Não vale a pena increpar a figura que a generalidade dos órgãos de comunicação social fez, de cócoras, diante da apresentação da mais recente (e talvez única) marioneta política concorrente às eleições presidenciais. Até o meu cão consegue ter mais respeito por si próprio. Mas o exercício encomendado teve ao menos a virtualidade de demonstrar duas ou três coisas. Desde logo que o dito concorrente é tão "independente" como uma formiga no carreiro. Os "donos" do regime e as oligarquias que mandaram "nisto tudo" até recentemente não  faltaram, desde o jazigo de família do pior PS até "vultos" como o Coronel Lourenço ou o dr. Granadeiro. Depois é manifesto que o concorrente se imagina a concorrer à chefia do Estado não em 2016 mas em 1916. Tudo ressumou a ranço salvo na "modernidade" no uso do "acordês". Por consequência, e apesar dos esforços abjectos de comentadores e jornalistas, o concorrente é um programa a preto-e-branco a quem nem sequer faltou o palco da salazarenta FNAT. Ao que a "esquerda" chegou.

Da "velha" a uma nova república

João Gonçalves 29 Abr 15

 

O regime portou-se mal na semana em que se assinalaram dois momentos históricos fundamentais: o 25 de Abril e as primeiras eleições livres para a Assembleia Constituinte. Porventura não podia ter-se comportado melhor com os protagonistas com que entretanto se dotou. As oficiosidades saldaram-se pela banalização e pela mediocridade retórica. Começou de véspera através de uma intentona gerada no "arco da governação" destinada a condicionar a liberdade editorial dos meios de Comunicação Social na cobertura de eleições. Se já têm a ERC, que devia ser extinta numa próxima revisão constitucional, que mais queriam? É claro que esta estupidez permitiu a certa gente, cujo acrisolado amor pela liberdade de expressão não é nem nunca foi o seu forte, aparecer a tremelicar de indignação por todos os lados. A peripécia, porém, reforçou a convicção generalizada da progressiva perda de qualidade de vida democrática da República. Quando pensamos nos primeiros representantes livres da nação, de uma forma geral, e depois damos de caras com a maior parte dos incumbentes, ficamos com a impressão de que algo se deteriorou irremediavelmente. E a apreensão aumenta porque, em breve, as nomenclaturas terão de escolher novas fornadas para apresentar a sufrágio. Um partido até se desfez miseravelmente do seu chefe para, entre outros edificantes propósitos, o grosso do respectivo grupo parlamentar (que o execrava) se poder manter nas listas. Apesar da anunciada "abertura a independentes", não se deve esperar muito da coligação firmada neste 25 de Abril para descaso daqueles que se ufanam "donos" da data. A mercearia em dose dupla, mais do que o bom senso, a biografia ou a eficácia, prevalecerá. Nos mais pequenos e nos novatos estas fatalidades terão idêntico curso, ou pior, por causa das vaidades unipessoais à solta. O PC está, como sempre esteve desde o final do PREC, num registo intermédio entre a rua e a lisura institucional. Faz contas de outra maneira. Triunfam assim a improbabilidade e a indigência acrítica sublimadas na fixação pelo "lugar", por quem os distribui ou autoriza e pouco mais. O regime fechou-se numa espécie de laboratório onde "fabrica" em série os seus. Hoje mesmo apresenta-se um candidato presidencial efémero, fruto desse experimentalismo espúrio e partidário sem futuro. Outros se seguirão. Todavia nada terão para dizer a uma sociedade inquieta que reclama por uma nova república.

 

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