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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

Igual a si próprio

João Gonçalves 12 Abr 15

 

Em inglês, numa entrevista televisiva gravada algures, António Guterres despediu-se das eleições presidenciais de 2016. Em todo este equívoco acabou por não estar à altura do que esperavam dele: no PS e, pelos vistos, no país. Permitiu que a nomenclatura "costista" andasse ainda mais torturada e baralhada do que já andava. E ignorou olimpicamente os "sinais" das sondagens que o davam como imbatível. Escolheu, e é um direito seu, uma outra vida fora de uma política doméstica cada vez mais mediocratizada. Nunca seria, claro, um bom batalhador por uma nova República. Mas, dentro do enquistamento sistémico em vigor, ainda era apresentável. Entretanto foi a Évora imagino que, para além da parte privada da coisa, em missão. Alguém precisava dizer duas ou três coisas a Sócrates com um módico de autoridade. Desde logo que as procissões "socráticas" de alguns dos agora, de novo, dirigentes do PS não ajudam Costa. Sobretudo não ajuda não estarem calados. Depois é preciso que a "politização" do processo judicial, por tabela, não acabe por prejudicar o mesmo Costa. Finalmente é preciso convencer Sócrates e os "dele" que, se calhar, o PS terá de apoiar alguém para Belém que "omita" o antigo líder. Mesmo sem ser candidato a candidato, Guterres foi igual a si próprio.

O dado

João Gonçalves 12 Abr 15

 

Os barulhos que tomaram conta da vida política na última semana impediram que se prestasse a devida atenção a coisas aparentemente mais duradouras pelas piores razões. Refiro-me à "proposta de resolução do governo que transpõe o Acordo relativo ao Tribunal Unificado de Patentes que cria "um sistema de patente europeia unitária" dominado exclusivamente pelas línguas francesa, inglesa e alemã. Os bufarinheiros da "lusofonia" desta vez não se interessaram e a proposta foi aprovada na sexta-feira pela maioria, com a abstenção do PS e os votos contrários dos restantes parlamentares e do deputado Ribeiro e Castro do CDS. Foram, claro, prestadas as costumeiras e piedosas declarações de voto. Mas a verdade é que, pouco a pouco, a tal língua que tem não sei quantos milhões de falantes no mundo inteiro, que suscita delíquios extremos em piqueniques literato-poéticos e em "cimeiras" de chefes de Estado e de Governo da grotesca CPLP e que, graças a um "acordo" absurdo e ilegal entre nós, escreve-se oficiosamente de maneira irreconhecível, começa logo por ser pouco respeitada "em casa". A ignorância e a complacência geral do regime não se poupam nos esforços. É triste mas é o dado.

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