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"Os tempos são ligeiros e nós pesados porque nos sobram recordações". Agustina Bessa-Luís
João Gonçalves 26 Mar 15
O espaço público, porventura com a aproximação de sufrágios populares, foi tomado pela ignorância enquanto método privilegiado do discurso político e afim. Na filosofia, o estado interrogativo suscitado pela ignorância tende a ser criativo: valoriza-se mais as perguntas do que as respostas. Ora, entre nós, generalizou-se outro tipo de ignorância enquanto "espelho da natureza" de muitos dos que detêm funções conspícuas. Na filosofia questiona-se por responsabilidade intelectual. Em Portugal evita-se responsabilizar quer com perguntas quer com respostas. Na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES, por exemplo, desfilou um cortejo de elites aparentemente ignorantes do essencial e especializadas no "passa ao outro e não ao mesmo". Foram algumas, aliás, remuneradas pornograficamente anos a fio quando não celebradas através de veneras concedidas pelo regime por saberem mais que o comum dos mortais no seu esplendor "empreendedorista". Todavia, na hora da verdade abundou a ignorância, o esquecimento, a leveza. O que não impediu que, mesmo improváveis e irresponsáveis, mandassem famosamente "nisto tudo". O regime político que permitiu que esta situação é, na sua irremediável fraqueza, uma mera consequência deste mandarinato tosco. O dr. Passos Coelho referiu um "martelo" que lhe terá atingido a cabeça e, por tabela, a do indigenato. Mesmo sem nada nem ninguém os martirizar com a veemência metafórica de tal objecto de carpintaria, os membros do seu Governo paralisaram igualmente na ignorância e na irresponsabilidade. Estão como que num limbo, partilhado com o candidato do PS a primeiro-ministro, à espera que o tempo passe até eleições: não vêem, não ouvem, não falam. Podem ignorar. Ou, quando falam, mais valia terem estado calados. Limitam-se a apontar dedos o que, de uma maneira geral, é feio como se transmite cedo às crianças. Não sei se alguma vez recuperaremos por completo desta torrente de infelicidades, indignidades e ignorâncias. Delas, de facto, temos os cofres cheios.
João Gonçalves 26 Mar 15
Começo a pensar, depois de tantos pareceres aparentemente inúteis a defendê-lo, que é melhor acabar com o sigilo fiscal. Como sugere a prática de alguns países nórdicos dos quais brotam séries ficcionais como Borgen que faria bem às "elites" paroquiais ver. Custa-me a aceitar, sob qualquer ponto de vista, que se produzam relatórios com títulos tão extraordinários como este: "auditoria a eventuais consultas de dados pessoais de Sua Excelência o Primeiro-Ministro". E por que não outro sobre "eventuais consultas de dados pessoais" do sr. Asdrúbal ou da Dona Efigénia que, em matéria fiscal, estão exactamente no mesmo plano legal de deveres, direitos e garantias de "Sua Excelência"? A cacofonia gerada por esta coisa do "pacote VIP" lançou um anátema não administrativo sobre a Autoridade Tributária e Aduaneira que o poder político não aliviou falando ou calando-se. É claro que procedimentos da natureza do referido, seja por excesso de zelo ou de "respeitinho", não ajudaram em nada. Cauterizar esta ferida exige sobretudo bom senso que é o que menos tem abundado. Ou seja, mais "juizinho" e menos "respeitinho" como é próprio de Estados adultos de direito.
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...