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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

A leveza do ser

João Gonçalves 15 Fev 15

Com a costumeira "sustentável leveza do ser" que o caracteriza, o dr. Portas transitou directamente do Vaticano para uma feira de sapatos em Milão. Na promoção cardinalícia de Manuel Clemente - em que o venerando Machete fez mera figura de corpo presente e o senhor à esquerda do senhor vice presumivelmente nenhuma -, Portas consolou o "espírito" com umas tiradas frívolas sobre a circunstância. Junto dos sapatos retomou a bravata propangadística e falaciosa das "exportações" e do "crescimento". O dr. Passos consente nestes espectáculos indecorosos porque sempre se reserva para outras coisas que toma por mais "sérias". Se houver coligação, é expectável que estas duas almas apareçam juntas o menor número de vezes possível. O dr. Passos, afinal, sempre precisa dar-se ao respeito.

Viver habitualmente

João Gonçalves 15 Fev 15

 

«Apesar do tempo, apesar do mundo, apesar da crise, os resultados da última sondagem continuam, no essencial, a ser os resultados das legislativas de 1976: 38 por cento para o PS e 27 por cento para o PSD (...). Os portugueses acham que o PS está do lado dos “pequenos” e o PSD do lado dos “grandes” e, em quarenta anos, nada perturbou esta confortável convicção: nem o triste consulado de Cavaco, nem Guterres, nem Sócrates. Quando havia dinheiro, Cavaco ganhava, porque o bom povo gosta de sossego e de se dar bem com os “ricos”. Quando não havia ou havia pouco, era do PS que se esperava um emprego no Estado, um subsídio ou um negócio a precisar de “facilitação” (de uma parceria, por exemplo, ou de um decreto). Adelino Amaro da Costa costumava melancolicamente lamentar o “esquerdismo” do indigenato. Só não se lembrava que esse “esquerdismo” ia de Ricardo Salgado ao último escrevente das Finanças. Hoje, mesmo sabendo isso, o país não quer abandonar o seu conforto mental (...). Ronaldo e José Mourinho satisfazem o apetite de glória da nação. E o império é agora a TAP e a RTP, embora por toda a parte as companhias de bandeira e os canais “em aberto” estejam a morrer por obsolescência técnica e penúria económica. A salvação de que por aí se fala é para o cidadão ou a cidadã normal, como compete a uma sociedade pobre, a segurança e não uma incursão no desconhecido. Por aqui, a modernidade, para não ofender os destinatários, precisa de ser inócua e superficial: o telemóvel, a internet, coisas que não perturbem o deserto intelectual e, claro, emocional em que a Pátria se habituou a viver.»

 

Vasco Pulido Valente, Público

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