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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

Menos números

João Gonçalves 4 Fev 15

 

Paulo Macedo juntou-se ao silencioso cortejo de governantes em agonia política. Bastou uma simples quanto terrível frase ("não me deixe morrer") para que isso acontecesse. Isto depois de um mandato bem gerido  - interna e mediaticamente - até ao momento em que deixou de poder antecipar as consequências de alguns actos técnicos, financeiros e administrativos que, pela natureza deles, porventura lhe escaparam. Todavia, politicamente está ao leme desses mistérios insondáveis da burocracia. E a burocracia não pode ser nunca um fim - e, em certos casos dramáticos, "o" fim - mas, antes, um meio ao serviço de qualquer coisa concreta e, sobretudo, das pessoas. "Quem salva uma vida salva o mundo inteiro", lê-se no Talmud. No tempo político que lhe resta à frente do ministério da saúde, sugiro-lhe delicadamente que reflicta mais nisto do que nos números.

A responsabilidade de falar

João Gonçalves 4 Fev 15

 

Numa outra ocasião escrevi que Sócrates, ao "falar", acaba por prestar um serviço ao universo daqueles que não pensam que o "dever ser" do direito processual penal se destina, a final, a produzir uma sociedade "moralmente" pura onde só haja lugar para os "honestos" definidos a partir do "apuramento" desse importante ramo do direito das liberdades. Mais. Talvez Sócrates, o antigo agente político, tenha mesmo um "dever de falar", a responsabilidade de falar. Foi legislador e executante de legislação ao contrário dos restantes cidadãos que, neste momento, estão também sujeitos a medidas de coacção. Nesta parte não comete, até porque ele inexiste, qualquer delito de opinião. Permite, aliás, que se debata o "estado da arte" do procedimento processsual penal em Portugal quando o falacioso "segredo de justiça" anda todos os dias, e em letra de forma, pelos becos da amargura. Começo a pensar que o melhor é acabar, de jure e de facto, com ele.  E acompanho João Lisboeta Araújo: «Aquilo de que me queixo não é das notícias. É do facto de serem tendenciosas e mal informadas. Normalmente com desprezo pela verdade, porque não são factuais, são opinativas. O caso justifica ser amplamente divulgado, o problema é que as notícias visam a destruição, a degradação de uma pessoa e isso aborrece-me. Muito do que foi dito é crime mas eu agora não tenho tempo de me ocupar disso. A seu tempo... Talvez seja pela minha idade, mas fui educado por um outro código, que já não vigora. Que código? O de que não se bate numa pessoa que está caída, não se goza com um preso, não se brinca com um doente, não se ri de um soldado coxo na formatura. Foi o que aprendi. Mas o que assisto é a um bacanal contra uma pessoa que está presa e não se pode defender. Está sujeito a toda a maledicência, à fantasia, a falsidades e algumas coisas verdadeiras, mas não tem possibilidade de se defender. Acha que na hierarquia do Departamento Central de Investigação e Acção Penal tem havido conivência com a violação do segredo de justiça? A violação do segredo de Justiça é um crime. Como é ao Ministério Público que compete perseguir os criminosos e eu não tenho visto grande sucesso nisso, não digo que haja um conivência, mas há, pelo menos, uma tolerância evidente. Esses factos são criminosos…»

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