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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

"Viver habitualmente"

João Gonçalves 9 Jan 15

 

Portugal entrou o ano no seu "viver habitualmente" recomendado pelo Doutor Salazar. É claro que decorre algum frisson motivado pelo terror em França. O dr. Costa não perdeu tempo a juntar os "seus" em frente à "sua" Câmara, o Doutor Cavaco declamou o seu denodado amor pela liberdade e pela democracia aos embaixadores e o governo, através do MNE, emitiu um comunicado patético que declarações posteriores do dr. Passos e do dr. Machete tentaram temperar (o dr. Portas não é visto desde a sua incursão brasileira de final de ano). Também decorreu uma manifestação "eu sou Charlie" (até já há um "negócio" de t-shirts) nos Restauradores em nome da liberdade de expressão. Suponho que do não inscrito nessa manifestação faria parte a solidariedade para com os agentes policiais (um deles, de ontem, uma rapariga de 25 anos) que tombaram em serviço. Mas o Doutor Cavaco fez mais. Continuou a sua prédica acerca do que espera de uma política doméstica que ele, voluntariamente, não controla. Prevê, e bem, que não haverá maiorias monocolores ou coligatórias antecipadas. E não se importa (que pode ele fazer nessa altura?) que decorram "negociações" demoradas para que da eleição resulte um belíssimo e tranquilo arranjo governativo que, presumo, consiga fazer o que em quarenta anos tanta gente não conseguiu fazer, ele incluído. Mesmo assim o Doutor Cavaco reconhece que "estamos no bom caminho", presumo de novo, com os incumbentes. O dr. Costa apareceu imediatamente a verberar esta tese com a sua da putativa "maioria absoluta" do PS. O dr. Costa recusa-se a aceitar - pelo menos publicamente como lhe compete, aliás - que, de Maio passado até agora, a "realidade" dele mudou. Não é mais o príncipe encantador que os jornais, e uma televisão em especial, trataram de produzir. É mais um secretário-geral do PS com uma fraqueza congénita de tropas e de "agenda". É um perfeito holograma do dr. Seguro de há um ano com a vantagem de este ter saído com duas vitórias eleitorais a seu crédito e da anunciada dele, para o ano em curso, ir deslustrar as "expectativas" dos idos da pretérita época primavera-verão. Até pode "chegar" à frente da proto coligação como é natural que chegue. Pouco mais, no entanto, passará disso. As pessoas não têm a menor saudade de maiorias absolutas sobretudo da derradeira. Preferem, de facto, "viver habitualmente".

 

Foto: Eduardo Gageiro

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