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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

Fim ao visto

João Gonçalves 14 Nov 14

 

Independentemente dos procedimentos de acção penal em curso - em vez de insistir em declarações inoportunas e inconsequentes, por que é a ministra da justiça (e os restantes membros do governo que tutelam os sectores investigados) não ordena a instauração de processos de inquérito, nos termos legais, que permitam confirmar ou infirmar a existência de ilícitos disciplinares?), uma coisa é praticamente garantida: os "vistos gold" acabaram. Quem é que, no seu perfeito juízo, vem aqui, de ora em diante, "requerer" algo sob suspeita por muito interessado que esteja em montar uma loja, investir em betão ou em criar mais do que os onze (11) postos de trabalho que os "vistos" terão instituído directamente até agora?

 

Adenda de sábado: Num quadro do Expresso evidencia-se, afinal, a percentagem de postos de trabalho criados por conta dos 'vistos' (0%) por contraposição com a da aquisição de bens imóveis (95%). Parafraseando o outro, não matem a galinha dos vistos de ouro! Já no Diário de Notícias, conta-se que, nesta última "vertente" dos 95%, foi usado "dinheiro vivo", ao vivo e a cores, em alguns dos "negócios de ouro". Moral da história que não tem nenhuma: os mais de 1700 vistos concedidos devem ser sujeitos a uma auditoria de alto a baixo para além do que já está a ser feito no campo penal e que falta fazer no sector administrativo público envolvido.

O programa de abstenção presidencial

João Gonçalves 14 Nov 14

 

«(...) Quando ele se agarra com um certo desespero à letra da lei para empurrar este Governo até Setembro, ganha duas coisas. Primeira, em Setembro ele já não poderá dissolver o Parlamento, mesmo que o resultado seja catastrófico e Portugal se torne numa aldeia de macacos; esfregando as mãos ele dirá, e com razão, que nada é já da sua conta e deixará uma herança confusa ou catastrófica, mas nunca da sua imediata responsabilidade. Quem cá ficar que se arranje, enquanto ele, da sua merecida reforma, contemplará com equanimidade e deleite as desordens da Pátria. Segunda coisa, se lhe perguntarem, ele responderá que os partidos tiveram a culpa porque não se entenderam como tantas vezes lhes recomendou e porque "se crisparam”, quando ele pedia ao bom povo português mais tranquilidade e doçura. Claro que este programa de abstenção não passa de uma desculpa para poupar os nervos do dr. Cavaco. A ideia de que um país pobre e dividido se consegue unir precisamente porque é pobre e dividido não ocorreria a ninguém, excepto ao dr. Cavaco (pelos motivos que acima se explicaram), ao bando de frenéticos que persistem em viver do Estado e aos diletantes persuadidos do valor da sua opinião ou com um irresistível apetite de notoriedade. Nenhum homem – ou mulher – inteligente e cordato se meteria voluntariamente nesta sopa turva. O “entendimento” futuro por que suspira Cavaco e uma dúzia de sábios a cair da tripeça talvez traga algum consolo espiritual e uma reputação de realismo. O que não traz é o mais leve vestígio de senso da realidade ou de franqueza.»

 

Vasco Pulido Valente, Público

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