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"Os tempos são ligeiros e nós pesados porque nos sobram recordações". Agustina Bessa-Luís
João Gonçalves 6 Ago 14
Na morte de Marilyn
Morreu a mais bela mulher do mundo
tão bela que não só era assim bela
como mais que chamar-lhe marilyn
devíamos mas era reservar apenas para ela
o seco sóbrio simples nome de mulher
em vez de marilyn dizer mulher
Não havia no fundo em todo o mundo outra mulher
mas ingeriu demasiados barbitúricos
uma noite ao deitar-se quando se sentiu sozinha
ou suspeitou que tinha errado a vida
ela de quem a vida a bem dizer não era digna
e que exibia vida mesmo quando a suprimia
Não havia no mundo uma mulher mais bela mas
essa mulher um dia dispôs do direito
ao uso e abuso de ser bela
e decidiu de vez não mais o ser
nem doravante ser sequer mulher
O último dos rostos que mostrou era um rosto de dor
um rosto sem regresso mais que rosto mar
e toda a confusão e convulsão que nele possa caber
e toda a violência e voz que num restrito rosto
possa o máximo mar intensamente condensar
Tomou todos os tubos que tinha e não tinha
e disse à governanta não me acorde amanhã
estou cansada e necessito de dormir
estou cansada e é preciso eu descansar
Nunca ninguém foi tão amado como ela
nunca ninguém se viu envolto em semelhante escuridão
Era mulher era a mulher mais bela
mas não há coisa alguma que fazer se certo dia
a mão da solidão é pedra em nosso peito
Perto de marilyn havia aqueles comprimidos
seriam solução sentiu na mão a mãe
estava tão sozinha que pensou que a não amavam
que todos afinal a utilizavam
que viam por trás dela a mais comum imagem dela
a cara o corpo de mulher que urge adjectivar
mesmo que seja bela o adjectivo a empregar
que em vez de ver um todo se decidia dissecar
analisar partir multiplicar em partes
Toda a mulher que era se sentiu toda sozinha
julgou que a não amavam todo o tempo como que parou
quis ser até ao fim coisa que mexe coisa viva
um segundo bastou foi só estender a mão
e então o tempo sim foi coisa que passou
Ruy Belo
João Gonçalves 6 Ago 14
«“Confirmo que, na sequência de uma conversa com o Dr. Miguel de Sousa, perguntei ao Dr. Cunha Vaz se queria/podia apoiar profissionalmente o o senhor Dr. Miguel de Sousa. Respondeu que não iria fazer campanha nenhuma, mas, se fizesse, faria a do amigo (Sr. Dr. Cunha e Silva), mensagem que transmiti ao senhor Dr. Miguel de Sousa”, esclarece Alberto da Ponte. O também director da RTP, não quis manifestar a sua opinião sobre a questão: “Não posso, não devo nem quero opinar seja o que for sobre o que for sobre o assunto.” Questionado sobre como via o envolvimento do seu nome na polémica que envolve Cunha Vaz, pela candidatura de Cunha e Silva, e Miguel de Sousa, respondeu: “Quanto ao uso do meu nome, preferia que não tivesse sido feito, mas como a minha intervenção foi a título pessoal, não lhe dou especial relevo.” O nome do administrador da RTP foi revelado por Miguel de Sousa numa resposta pública a Cunha Vaz, em que chama mentiroso a este por ter afirmado que Miguel de Sousa o havia tentado contratar. Genericamente, Alberto da Ponte afirma. “Não valorizo por demais as questões, pois elas prendem-se com uma campanha política que tem o valor que tem.”» A peripécia relatada pelo Notícias da Madeira só interessa aos intervenientes. Salvo na parte em que aparece o presidente da televisão pública na "qualidade" improvável de RP da CV&A para a campanha interna do PSD/Madeira. Não terá mais nada para fazer? Alberto da Ponte, como tenho escrito repetidamente, foi um dos grandes erros políticos da tutela Miguel Relvas para o qual chamei a atenção em sede própria. Não vai aqui nada de pessoal. Apenas a preocupação relativamente a uma casa que, depois de a ter conhecido melhor, respeito. Da Ponte pode ser um excelente gestor, uma óptima pessoa e um grande amigo do seu amigo e vice-versa. Mas isso não "faz" dele necessariamente um bom presidente de uma televisão pública. A RTP, os seus trabalhadores, jornalistas e não jornalistas, merecem melhor. E os pagadores da taxa do audiovisual também.
João Gonçalves 6 Ago 14
Para além de bonapartista - como dizia o outro, se o próprio Napoleão estava convencido que era Napoleão, por que é que ele não há-de ser Napoleão? -, o dr. Costa também parece inclinado à vocação cardinalícia. Numa entrevista à revista Visão afirma a dado passo que «muita gente votou em mim, nas autárquicas, para me dar força para assumir outras responsabilidades.» Ou seja, os tolinhos lisboetas que confiaram o seu voto a tão egrégia figura não estavam a eleger propriamente um presidente de câmara mas, antes, um homem providencial que oportunamente nos virá "salvar". Um homem que não se contenta em ser o "pároco da aldeia" e que visa mais alto, mais longe. E os seus eleitores, tomados certamente por uma qualquer epifania não identificável em termos pedestres, já projectavam o seu "herói" noutros céus e em outros voos. Deve ser por isto que Lisboa fede como estas "ideias" impróprias de um democrata. Oxalá não sejamos dignos de tamanha eminência.
Foto: Gonçalo Rosa da Silva, Visão
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...