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portugal dos pequeninos

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O 18 do Brumário em Aveiro?

João Gonçalves 12 Jul 14

 

António Costa, o candidato a 1º cônsul do PS, já conseguiu a "proeza" de as sondagens colocarem a coligação dos drs. Passos e Portas à frente das intenções de voto dos inquiridos. Simultaneamente a "popularidade" de Seguro, o incumbente assediado, subiu embora os "estudos" coloquem o edil lisboeta como preferido como candidato socialista a primeiro-ministro. Tudo visto e ponderado, duas coisas parecem certas. Nem as "primárias" serão favas antecipadamente contadas para Costa, nem Costa, caso vença, oferece quaisquer garantias de obter uma maioria absoluta sozinho em legislativas. O eleitorado até o pode preferir à boleia da notoriedade, das cumplicidades e dos media mas não parece disposto a entregar-se totalmente nas suas mãos. Mais. "Pune" o PS por, depois de lhe ter confiado duas vitórias - autárquicas e europeias -, Costa ter aparecido para brincar às casinhas "empurrado" pelos despeitados de 2011 que não perdoam a Seguro ter escolhido o caminho dele. Agora Costa lembrou-se de uma "convenção", à boa maneira francesa, para «"mobilizar Portugal", por forma a "discutir" políticas, "identificar" medidas e "hierarquizar prioridades"» presumivelmente fora do eixo Rua Nova do Almada - Mercado da Ribeira. Curto, como se vê: não se faz, ou tenta fazer, outra coisa há quarenta anos. Carlyle, que via a história a partir da alegada "grandeza" de algumas personagens, caracterizou Napoleão como "um grande instrumento destruído cedo demais antes de se ter tornado inútil". Costa sabe que é apenas contra esta "inutilidade" histórica, à nossa dimensão, que corre. E pouco mais.

Tirar o caso a limpo

João Gonçalves 12 Jul 14

 

«O público ingénuo, já que vai tarde ou cedo pagar o custo desta lamentável embrulhada, gostava de conhecer, indivíduo a indivíduo, quem andou metido na longa e perversa relação do Banco Espírito Santo e do Grupo Espírito Santo (e dos seus representantes) com o Estado, que o puseram na presente miséria. Não é pedir muito. É só pedir que a longa irresponsabilidade em que se viveu durante mais de 30 anos seja exposta e punidos os seus principais promotores. Os portugueses gostariam com certeza de saber as linhas com que os coseram (e bem) e deitar a mão à gola de quem andou a mandar neles sem sombra de legitimidade ou vergonha. Calculo as dificuldades desse trabalho. Mas, difícil ou não, não devemos continuar sem ele. Ainda por cima, a famigerada “promiscuidade” do Banco Espírito Santo e do Grupo Espírito Santo não se ficava pelo Estado e, calculo, poucas vezes tinha um carácter formal. Na maior parte dos casos assentava numa intimidade “social” (almocinhos, jantarinhos, férias por aqui e por ali), em que se estabelecia a confiança, necessária aos “favores” que os parceiros se prestavam e às manobras em que colaboravam. O sentimento de impunidade que cobria estes suavíssimos costumes não prometia nada de bom e era uma maneira quase clandestina de governar o país. As dívidas do Grupo Espírito Santo e a queda do valor do BES não passam das consequências naturais de trinta e tal anos de arbitrariedade escondida, em que tudo era literalmente permitido. Esperemos que desta vez se tire o caso a limpo.»

 

Vasco Pulido Valente, Público

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