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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

 

O porta-aviões do dr. Portas, denominado "Exportações", abrandou e entrou em velocidade de cruzeiro. O consumo interno subiu um bocadinho. E, tudo visto e ponderado, o PIB baixou um "nadinha" no país em que, por enquanto, todos os dias é "17 de Maio". Da Guarda - onde jamais poderá superar o 10 de Junho de 1977 por onde passaram Eanes, Vergílio Ferreira e, por cima deles e destes todos, Jorge de Sena - o senhor Presidente da República recomendou que se abandone o medo e se recupere a esperança. No estado a que isto chegou, parece um oxímoro político. Razão, pois, a Jorge de Sena naquele inesquecível momento da Guarda que seguramente nada terá a ver com a "apagada e vil tristeza" em que se comemora o de 2014. «Democrata como sou, eu não falo em nome de ninguém, sem ter recebido um expresso mandato para tal. Eu fui convidado por Lisboa e de Lisboa, o que é uma honra, mas Lisboa não tem o direito de nomear representantes de nada ou de ninguém. Esse vício centralista da nossa tradição administrativa – um dos vícios que Camões denunciou e castigou nos seus Lusíadas – deve ser eliminado e banido dos costumes portugueses, sem perda da autoridade central que deve manter unido um dos povos mais anárquicos do mundo e menos realistas quando de política se trata. Porque os portugueses são de um individualismo mórbido e infantil de meninos que nunca se libertaram do peso da mãezinha; e por isso disfarçam a sua insegurança adulta com a máscara da paixão cega, da obediência partidária não menos cega, ou do cinismo mais oportunista, quando se vêem confrontados, como é o caso desde Abril de 1974, com a experiência da liberdade. Isto não sucedeu só agora, e não é senão repetição de outros momentos da nossa história sempre repartida entre o anseio de uma liberdade que ultrapassa os limites da liberdade possível (ou sejam as liberdades dos outros, tão respeitáveis como a de cada um) e o desejo de ter-se um pai transcendente que nos livre de tomar decisões ou de assumir responsabilidades, seja ele um homem, um partido, ou D. Sebastião.»

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