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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

A nossa trampa

João Gonçalves 8 Jun 14

 

No futebol doméstico, descontada a problemática do joelho do outro, a "liga" vai escolher o seu presidente. O incumbente, Mário Figueiredo, recandidata-se. É detestado pelos "grandes" talvez com a excepção do Sporting. Por isso os "grandes" arranjaram uns bonzos, chefiados pelo inefável Roboredo Seara, para os representar com o auxílio de meia dúzia de clubes "menores". Seara, um desastre ambulante em praticamente tudo em que se enfia, parece que entregou duas listas encabeçadas pela sua extraordinária pessoa. De acordo com um seu parceiro, o juiz Rangel, a criatura terá cometido uma altíssima "traição" que este descreveu, com o detalhe de uma telenovela latino-americana, de viva voz. Apesar de, enquanto vereador da Câmara de Lisboa, ser apenas mais um que o dr. Costa enfiou no bolso, Seara imagina-se subtil e, como tantos outros, não consegue distinguir uma bola de futebol de um manifesto político. Não é por acaso que, decerto, as televisões serão invadidas por comentadeiros políticos a palrar sobre o mundial à semelhança do que fazem quase todos os dias com as "ligas", da cá ou da Euroásia. No fundo, Bruno Carvalho tem razão. A trampa do futebol só esconde uma trampa maior. A nossa.

"Passe-o na televisão", já dizia Salazar

João Gonçalves 8 Jun 14

 

 

«Como Seguro, Costa fez carreira no PS: não há outra maneira. É também um profissional da política e, portanto, não pode estar longe do aparelho. Mas o partido não lhe chega. Como Sócrates, de quem foi indefectível, às maçadas do aparelho prefere outro meio de chegar ao poder: os media. Tem uma relação ambivalente com o jornalismo: despreza-o, mas bezunta-o de graxa, tende a tentar controlá-lo (como Sócrates), enquanto jura pela liberdade de informação. Enquanto para Seguro o poder se alcança pelo trabalho da formiga, para Costa conquista-se pelo canto da cigarra. Enquanto Seguro não dá nada por adquirido e age timoratamente para que o país lhe entregue o poder, Costa, na esteira de Soares, acha-se um predestinado a quem o país deve o poder: acorda uma terça-feira, depois das Europeias, e anuncia que o PS e o governo são para ele. É um Messias de promessas vagas (um ‘governo forte’), um "Napoleão para as Esquerdas", na expressão de João Gonçalves no blogue Portugal dos Pequeninos. Napoleão não quis receber a coroa de imperador das mãos do papa e colocou-a ele mesmo na sua cabeça. Para Seguro, é uma injustiça que lhe tirem o partido que conquistou; para Costa, é uma injustiça que não lhe dêem o poder para que se acha talhado. Enfrentam-se agora o percurso de aparelho, de Seguro, e o percurso mediático-messiânico, de Costa. O primeiro leva a melhor no partido, o segundo leva a melhor nos media — os jornalistas também sofrem do atávico e reaccionário desejo de Chefe — e, por causa dos media, também nas sondagens. No combate dos próximos meses, Seguro gritará "o meu reino por um canal de TV" e Costa berrará "o meu reino por umas federações do PS"

 

Eduardo Cintra Torres,  CM

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