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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

Temos sempre o que merecemos

João Gonçalves 11 Mai 14

 

Sem que se tenha dado por isso, começou este fim de semana a campanha para as "europeias" de 25 de Maio. Aconteça o que acontecer por essa Europa fora, ela já está "amarrada" à "Europa" do tratado orçamental. Vença o Partido Socialista europeu ou vença o Partido Popular europeu, o "destino" da coisa não sofrerá grandes oscilações. É bem mais excitante o que se vai passar na Ucrânia, à conta desse genial criador de eventos e de impérios que é o sr. Putin, do que esperar por "novidades" da sra. Merkel e dos seus pobres epígonos. Resta a frente doméstica. Sem um partido como o de Marine Le Pen, em França, ou o de Nigel Farage em Inglaterra - que a nossa "cultura do compromisso" pudesse diabolizar para se unir e onde os cidadãos pudessem lavar o fígado contra um regime exangue que fez tábua rasa da social-democracia -, o 25 de Maio apenas interessa enquanto "medida" da irritação ou do "amor" do "povo" para com o poder. O governo faz-se representar pelo ex-independente de espírito Paulo Rangel e pelo senhorito "popular" Nuno Melo que está para Diogo Feio como um moço de forcados para um cavaleiro tauromáquico. O PS avança com Assis, em nome da "unidade", e tem o secretário-geral como inevitável cabeça de lista "sombra" por causa do voto "útil" contra a "situação" e, sobretudo, por causa dele. Fora o PC, a prolixidade de agremiações que decidiram concorrer às esquerdas é reveladora do folclorismo de protesto inconsequente que ajuda, afinal, a manter o regime no seu formato original. Num ambiente político de tamanha falta de imaginação, é natural que o país (que também não se distingue especialmente pelo "rasgo") ignore, em geral, o exercício e acabe por se abster significativamente. Vistas bem as coisas, temos sempre o que merecemos.

 

Foto: Le Monde (AFP Lionel Bonaventure)

Gente como deve ser

João Gonçalves 11 Mai 14

 

Uma entrevista inteligente de Miguel Sousa Tavares na qual, felizmente, não se fala de literatice. Uma bela homenagem aos Pais, em especial a Francisco Sousa Tavares que conheci, com 18 anos, nos "reformadores" e que me tinha habituado a seguir nos editoriais de A Capital. Foi ele o "autor material" do "manifesto de apoio aos candidatos reformadores e independentes" nas listas da AD de 1979 (de que guardo uma cópia do "original" escrito à máquina). Gente que já não se fabrica mais.

 

«Porque decidiu organizar em livro os textos políticos de Francisco Sousa Tavares?

Primeiro, fui convidado a fazer isto pelo editor. Pensei que gostava muito de fazer um tributo póstumo ao meu pai mas depois sobretudo porque, ao ler os textos, percebi como estavam actuais, o que chega a ser perturbante. Os problemas não se resolveram em 30 e tal anos. Depois, porque o meu pai foi uma testemunha privilegiada dos acontecimentos a seguir ao 25 de Abril, e acho que temos de deixar às gerações seguintes algum testemunho - não apenas dívidas para pagar.

Que escreveria de novo Francisco Sousa Tavares sobre o país de hoje?

Não sei prever, mas uma coisa sei de certeza. Ele arrasaria este Presidente da República. Provavelmente estaria contra o governo, mas não pelas mesmas razões que o Partido Socialista está. Acho que entenderia que Portugal tem um problema próprio para resolver e que o governo não o está a resolver da maneira adequada. É o que eu penso também.»

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