Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]

portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

Não se constroem casas sobre a água

João Gonçalves 26 Mar 14

Boa noite e boa sorte, Mário.

A sala de aula exterior

João Gonçalves 26 Mar 14

Ler este livro e, simultaneamente, contemplar os canais de notícias domésticos (escrevo perto das 20 horas pelo que é de esperar o mesmo dos telejornais generalistas), entretidos em "acompanhar" os adeptos da bola e os autocarros dos clubes, com os jogadores, a caminho de um estádio, faz sentido. Sentido evidentemente para pior daqui a mais alguns, poucos, anos.

Execução capital

João Gonçalves 26 Mar 14

Condenados até à morte - pelo menos a minha geração e as anteriores - a aturar a lenga-lenga do "financês", é impossível escapar a umas brevíssimas palavras sobre a execução orçamental de Janeiro e Fevereiro. Do lado da receita, continua a registar-se uma "evolução positiva" sobretudo à conta do IRS. O dr. Duarte Pacheco, deputado do PSD, veio na sua santíssima ingenuidade atribuir a coisa à circunstância de haver mais empregos e, por conseguinte, mais pessoas a "descontar" e mais "economia" (o IVA também cresceu insignificativamente). Não lhe ocorreu (ou ocorreu, mas já estamos em campanha eleitoral) que o "enorme aumento de impostos" anunciado a seu tempo pelo dr. Gaspar prossegue os seus efeitos para além do dr. Gaspar. O "segredo" está nas alíneas do orçamento de Estado dedicadas ao referido imposto  - v.g. as taxas de retenção - e que pouca gente lê. Ou achará o dr. Pacheco que são os impostos decorrentes de uns parcos milhares de salários tremidos e, em geral, de três dígitos que "engrossaram" o IRS? Do lado da despesa, os juros da dívida encareceram mais de 47% enquanto, por via dos cortes, as despesas com pessoal diminuíram (e o mesmo aconteceu com as prestações sociais). O que retira qualquer "autoridade" a quem, de direito e de facto, apoda de "masoquistas" e de "irrealistas" aqueles que defendem a renegociação honrada e responsável da dívida. Como dizia o Medeiros Ferreira, isto traduz-se em puxar a vida das pessoas para baixo mesmo que a "macroeconomia" envie os tais sinais ténues que satisfazem os adeptos precários do "país melhor". Tal acontece porque tal puxar não pára. Não era esta a segunda fase da legislatura que defendi. Esta, pelo contrário, tem sido o prolongamento da mesma fase da legislatura com um ou outro rosto diferente, em geral para pior. Por tudo isto, o défice de 31 milhões atingido no final de Fevereiro vale o que vale. Designadamente perante a emergência de dois milhões de compatriotas nossos em risco de pobreza. Nas palavras de Jorge de Sena, noutros contextos, uma verdadeira execução capital.

 

Adenda: Para além da pobreza propriamente dita, há ainda a pobreza de espírito.

Pesquisar

Pesquisar no Blog

Últimos comentários

  • João Gonçalves

    Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...

  • s o s

    obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...

  • Anónimo

    Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...

  • Felgueiras

    Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...

  • Octávio dos Santos

    Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...

Os livros

Sobre o autor

foto do autor