Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]

portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

Uma "ideia de Europa"

João Gonçalves 24 Mar 14

O presidente do PSD - diante de uma plateia, em Viseu, que incluia o dr. Paulo Rangel, eurodeputado e cabeça de lista da "coligação" em Maio - afirmou que «nunca os europeus aceitarão que uns poupam e têm rigor e outros andam a gastar». Seria relevante o dr. Rangel esclarecer se comunga desta limitada e retrógada "ideia de Europa" que, na verdade, de europeia não tem nada.   

O ingénuo e o cortador

João Gonçalves 24 Mar 14

Como é que o "verde" (de tão "crú" que ainda está) ministro Moreira da Silva quer «passar de fase de resgate para fase de desenvolvimento» quando o único programa pós-troika que paira na cabeça do primeiro-ministro (agora amplamente traumatizada por causa da proibída discussão sobre a dívida) é cortar dê lá por onde der? E quantos "governos", para além dos óbvios e dos pressentidos, haverá no governo no dito pós-troika?

A jóia e os do costume

João Gonçalves 24 Mar 14

Consta que Eva Perón costumava usar as suas melhores jóias sempre que ia visitar os "descamisados". Dizia ela que os pobres se sentiam "reconfortados" por verem uma deles naqueles preparos - transmitia-lhes, sugeria Evita, "esperança". Lembrei-me desta "história" do socialismo "justicialista" e autoritário do casal Perón por causa no nosso liberalismo de pacotilha de que o denominado, e futuro, "banco de fomento" é a mais recente "jóia" para exibir aos papalvos em nome do "investimento" que tem as costas largas. Ainda corre a "instalação" da "comissão instaladora" da coisa e já se sabe que, apenas três membros dela, custarão meio milhão de euros/ano aos palonços do costume. Como escreve a Ana Sá Lopes, «os vencimentos anunciados para os membros da comissão instaladora do banco público revelam mais uma vez ao mundo que as "gorduras do Estado" que o governo jurou combater eram a arraia-miúda, os reformados e os funcionários públicos. As "gorduras" do Estado eram os serviços públicos e os pensionistas com reformas acima dos 600 euros. Não há dinheiro para nada, mas há dinheiro para pagar quase um milhão de euros a três criaturas que vão "instalar" o segundo banco público do país. Maria Antonieta também pensava assim.» Ou a breve senhora Perón, noutra dimensão igualmente esdrúxula. O ponto é que «o argumento de que se tem de pagar muito bem porque se tem de ir buscar "os melhores" é iníquo no meio da devastação social a que o país está sujeito. E quem são os melhores? E onde está a lei que tinha travado salários no Estado superiores aos do Presidente da República? E se é suposto que um primeiro-ministro seja "um dos melhores" porque lhe é imposto um rendimento tão baixo em comparação com o banqueiro? Até aqui, pagámos muito (com uma crise e desemprego elevado) para salvar os bancos. Continuamos a salvar banqueiros. Os cortes que vêm aí não vão incidir sobre o salário destes novos banqueiros públicos – vão voltar aos do costume, aos ricos que têm rendimentos de 1000 euros brutos. Anda-se a brincar com o fogo.»

 

Adenda: ainda nesta extraordinária linha "o país está melhor!", «em Portugal, o risco de pobreza afecta 18,7% dos portugueses, mas são os desempregados os mais vulneráveis a esta situação: 40,2% dos desempregados já estão em risco de pobreza.  Mas se a estes se juntarem os portugueses inativos, a taxa sobe para 69,7%. Mais de metade da população (...). No geral, a taxa de risco de pobreza subiu para 18,7% em Portugal, mais 0,8 pontos do que o registado em 2011. No fundo, mais de 1,8 milhões de portugueses em risco de pobreza. Isto verificou-se a par de uma queda do rendimento monetário líquido dos portugueses, que recuou 1,8% entre 2011 e 2012. E, se não fossem as transferências sociais, seriam ainda mais portugueses, já que só pelos rendimentos do trabalho, de capital e transferências privadas, a taxa subiria para os 46,9% dos portugueses. No entanto, as verbas entregues como prestações sociais (doença, desemprego, inserção social, abono de família) fazem-na descer para os tais 18,7%.» É por estas e por outras que não pode haver "consensos" e, em compensação, existem "frentes nacionais" que florescem. Mas como é que se pode explicar isto a uma nação diariamente infantilizada e embrutecida pelas suas "elites"?

Pesquisar

Pesquisar no Blog

Últimos comentários

  • João Gonçalves

    Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...

  • s o s

    obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...

  • Anónimo

    Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...

  • Felgueiras

    Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...

  • Octávio dos Santos

    Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...

Os livros

Sobre o autor

foto do autor