Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]

portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

One man show

João Gonçalves 22 Fev 14

 

E Cristo desceu à Terra, vindo da Madeira, para aterrar no Coliseu. Marcelo estragou a prosápia eleitoral de Paulo Rangel que tinha acabado de ter sido "revelado" como cabeça de lista da maioria -  não exclusivamente social-democrata, como em 2009, mas como testa de ferro da previsível "cedência" de eurodeputados do PSD ao CDS em Maio - às europeias. "Obrigou" Passos Coelho a assistir, na primeira fila, à apresentação de um "programa" de uma candidatura presidencial (embrulhada, é certo, num delíquio histórico-partidário) recusada na moção que será aprovada pelos mesmos congressistas que o aplaudiram fervorosamente. De caminho, terá provocado um sorriso amarelo no "neo-barrosismo" que é agora o mais recente aliado do presidente do partido e primeiro-ministro, traduzido na ascensão de Matos Correia, nas lambuzadelas de Morais Sarmento (que, tão rapidamente como os inventou, fez desaparecer o "ano bipolar" e o "semestre negro "pós-troika)  e no regresso precoce de Miguel Relvas. Falta apenas o "momento Santana". Mas o congresso começou e acabou com Marcelo. As coisas são o que são.

Para trás

João Gonçalves 22 Fev 14

"Não deixar ninguém para trás" era um propósito original do PSD quando se lançou nas eleições de 2011. Isso passou para o programa do governo. Infelizmente não passou para a realidade. Nesse aspecto falhámos. Lamento que o primeiro-ministro substituísse esta evidência pela falácia de "um país melhor". Ou, na versão aparvalhada de Luís Montenegro, um país melhor com a vida das pessoas não melhorada. Falhámos e ninguém pede desculpa por isso. Pelo contrário, vejo as elites do PSD desfilarem na televisão ao som e fúria deste tropismo enganador como pobres figurantes num filme da malograda Shirley Temple. Nessa já longínqua primavera de 2011, uma vez dirigi-me ao presidente do PSD e afirmei-lhe que tinha a obrigação moral e política de ganhar aquelas eleições. Precisamente por causa das pessoas. Ora ao deixar-se afinal as pessoas para trás, havia pelo menos a obrigação moral e política de reconhecer o falhanço. Não é, porém, isso que se está a passar na Rua das Portas de Santo Antão. O tom geral, jubilatório e lubrificador, perpetua uma ilusão e ofende a vida das pessoas que não estão ali. Dizem que é o congresso "mais ideológico de sempre" por causa da "matriz social-democrata". Só se aludem às modernaças plataformas interactivas sobre os 40 anos da história do PSD que ornamentam o átrio do Coliseu. Mas isso é outra falácia. Porque a história do PSD, como a das pessoas, também ficou para trás.  

Portugal está "desempregado"

João Gonçalves 22 Fev 14

 

«Não há um cantinho da nossa vida que não se compare com a Europa e não há triunfo que não consista em encontrar semelhanças entre as coisas de lá e as coisas de cá. Por outro lado, os governos proclamam a nossa singularidade atlântica ou (nos casos de incurável loucura) mundial. O país balança entre um "papel" na Europa, que não encontrou, e um "papel" em Angola, no Brasil ou numa selva qualquer da África ou da Ásia, que manifestamente o excede. De qualquer maneira, como lamentava Eça, nesta apregoada época de "globalização", Portugal está "desempregado". Ninguém precisa dele e ele precisa urgentemente de sair da sua velha irrelevância. Imitando, sem imitar, claro. Como de costume e com os resultados do costume.»

 

Vasco Pulido Valente, Público

 

Foto: Vítor Rios/Global Imagens

Pesquisar

Pesquisar no Blog

Últimos comentários

  • João Gonçalves

    Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...

  • s o s

    obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...

  • Anónimo

    Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...

  • Felgueiras

    Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...

  • Octávio dos Santos

    Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...

Os livros

Sobre o autor

foto do autor