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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

Abbado

João Gonçalves 20 Jan 14

 

Em Outubro de 1997, no Coliseu de Lisboa, Claudio Abbado dirigiu a Orquestra Filarmónica de Berlim no âmbito do ciclo "grandes orquestras". Pude vê-lo, aí, a interpretar Mahler. "Conhecia-o" bem do vinil nomeadamente do "seu" Barbeiro de Sevilha, com Tereza Berganza e Prey, do Rigoletto, com Cappuccilli e Domingo, do Simon Boccanegra com o mesmo Cappuccilli e Mirella Freni ou do famoso Macbeth, do Scala, de 1975-76 (clip). Exímio no referido Mahler, Abbado era o que se pode chamar um virtuoso, porventura na linha de Carlo Maria Giulini. Naquele outono de 1997, já lhe tinha sido diagnosticada a doença: Trabalhou, se possível com ainda maior virtuosismo e serenidade, praticamente até ao fim. Foi, sem dúvida, um dos grandes músicos deste e do século XX que, em muitos aspectos, felizmente ainda não acabou.

A figura de corpo presente

João Gonçalves 20 Jan 14

 

Na semana em que vários segmentos da população recomeçam a receber os seus salários e pensões em escudos (embora sob a forma de euros), as "fontes" governativas decerto não deixarão de salientar diariamente os valores das taxas de juro da dívida, o novo "13 de Maio" que passa para 17 e o crescente esplendor das grandes negociatas e do financismo que o dr. Passos, recandidato a presidente do PSD, assegura ao país como desígnio milenar de grande visionário. Isto é, empobrecer a classe média "remediada", no activo ou em casa, que passa a pagar mais pelo que consome (uma vez que recebe menos) e enriquecer - por via de uma praxis anti social-democrata oportunamente denunciada na autocrítica de Vítor Gaspar - o que se move na invisibilidade não escrutinável das transacções "de" mercado. O que, segundo a sua magnífica cabecinha, fará de Portugal exclusivamente um país de "empresas" e de bancos virados "para fora" - porque não é com certeza com os mortos-vivos domésticos que elas e eles podem contar para sobreviver - e com as funções de soberania e de dignidade públicas reduzidas a uma mera caricatura. Para que o desígnio não falhe, o dr. Passos necessitaria de ter como candidato a Belém um homem timorato, uma espécie de supra Doutor Cavaco pós-Julho de 2013, em pior. Daí a ênfase colocada no "perfil" a tão nobre função ornamental na sua "moção" recheada de neo-barrosismo. Quem estará, pois, disponível para fazer esta figura anunciada e ridícula de corpo presente?

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