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portugal dos pequeninos

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O nome das coisas

João Gonçalves 2 Jan 14

A contribuição extraordinária de solidariedade não é um imposto extraordinário e, muito menos, especial. Tal com o atum não é um peixe e uma alface nunca chegou a legume. Até Portugal dificilmente será um país a sério. Na verdade, uma coisa qualquer é o que um Humpty Dumpty quiser.

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"A palavra"

João Gonçalves 2 Jan 14

 

Nem uma palavra presidencial sobre a Europa em ano de eleições europeias - que não pára de crescer para o outro lado e que se mantém cativa do caprichismo alemão  - ou sobre a vida das pessoas concretas. Um PR que tanto valoriza, na sua retórica, "a palavra", acabou por não ter nenhuma, elevada ou simbólica, já que da magistratura que exerce se deve esperar alguma grandeza e gestos simbólicos nem que seja a título de emulação. O Doutor Cavaco talvez tenha falado a pensar nos seus antigos alunos das pós-graduações ou dos MBA. Para quê insistir em "consensos" pastelões para a "qualquer coisa" que se segue ao "programa de ajustamento" quando sabe que são inverosímeis? Não prestou atenção à última entrevista do senhor PM, e seu companheiro de estrada desde Julho de 2013, salvo na questão das pensões que, talvez não por acaso pessoal, "salvou" sacudindo por segundos o pó do exemplar da Constituição que conserva em Belém? É que o senhor PM "dispensou" o PS das ponderações sobre o chamado "programa cautelar" que tenciona, pelos vistos, cozinhar e negociar sozinho com o dr. Portas e os notáveis "quadros" partidários deste sob o olhar austeritário e indiferente da Europa. A menos que "a palavra" se imponha, desta feita com sucesso, às desprezíveis "questões partidárias" que, afinal, não são "nacionais" (então os partidos, os que existem ou por existir, nossos e paridos por obra e graça dos 40 anos "de Abril" cuja comemoração não deixou de recordar, serão porventura obra de terceiros apátridas?). "A palavra", desta vez, recordou-me palavras de Fernando Pessoa. «As plebes de todas as classes cobrem, como uma maré morta, as ruínas do que foi grande e os alicerces desertos do que poderia sê-lo. O circo, mais que em Roma que morria, é hoje a vida de todos; porém alargou os seus muros até os confins da terra. A glória é dos gladiadores e dos mimos. Decide supremo qualquer soldado bárbaro, que a guarda impôs imperador. Nada nasce de grande que não nasça maldito, nem cresce de nobre que se não definhe, crescendo. Se assim é, assim seja.»  Ou como resume Medeiros Ferreira: «ontem não havia nada para acrescentar, a não ser nada em cima de nada. Se é assim que se prepara o pós-troika, estamos bem arranjados.» Se assim é, assim seja.

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