A morte violenta do cronista e jornalista Carlos Castro, em Nova Iorque, já provocou os habituais derrames. De uma banda, havia um "conto de fadas" inexplicavelmente interrompido, o fatal "agora é que é". De outra, a timidez, a "normalidade" e a "simplicidade" garantidas e comprovadas pela fraternidade viril local. É extraordinário como alguém consegue jurar, sem habitar as virilhas em causa, que este, aquela, o outro ou a outra são isto ou aquilo sexualmente falando. Aos 65 anos, como indicia numa resposta à revista Pública do jornal Público dada por escrito no dia em que foi assassinado, Castro imaginava estar a viver o seu "primeiro momento" de felicidade. E que não haveria segundo como, aliás (isto ele não sabia ou não queria saber), não existia já o primeiro. No olhar calmo do rapaz pairava, afinal, uma calma de morte e a recusa de qualquer "momento" (a mãe, por exemplo, já "garantiu" a heterossexualidade do rapaz mais depressa do que a sua inocência). A psicologia poderá explicar, depois, o ritual primitivo da castração. Felizmente a justiça norte-americana não é como a nossa, mole e complacente. E todas as explicações do mundo jamais poderão afastar a realidade de um crime sem remissão. Almada Negreiros termina Nome de Guerra com um recado metafórico mas realista. Não te metas na vida alheia se não quiseres lá ficar. O rapaz meteu-se na de Castro e Castro meteu-se na do rapaz. E ficaram, os dois, juntos para sempre numa terceira vida em comum - a da morte.
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...