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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

REPAREM

João Gonçalves 12 Dez 10


O candidato presidencial de parte do BE e de parte do PS continua a tentar que reparem nele. Pela má poesia e pelas piores razões.

DESVENTURAS NATALÍCIAS

João Gonçalves 12 Dez 10

Parece que ontem, na tvi, o dr. Santana Lopes procedeu a um "balanço". Falou em "confirmações", "revelações" e em "desilusões" que foram de Agustina aos treinadores de futebol, estilo "gala" pessoal. Como estava no Don Carlo, não vi. Mas, que mal pergunte e uma vez que o dr. Lopes foi 1º ministro, como é que não teve uma palavra para a entrevista do actual incumbente ao Diário de Notícias vinda quase toda de Marte? Marcelo também não mas (ainda) só é comentador. Realmente a época natalícia perturba mais o discernimento do que o carnaval que, entre nós, é dramaticamente todos os dias.

Adenda: Num dos seus "especiais" de informação, a dra. Cunha e Sá convida para terça-feira os drs. Mário Soares (este é mesmo da "mobília" recorrente da dra. Cunha e Sá) e Freitas do Amaral. As sumidades falarão da "Europa" numa semana em que ela pode começar a acabar. Para variar, por que é que nunca se lembram do General Eanes (ou, mesmo, do redondo Sampaio) em vez destas sublimes eternidades?

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«ACABAR COM O MINISTÉRIO DA CULTURA»

João Gonçalves 12 Dez 10

No actual e previsível estado da arte - com a coisa entregue a arrivistas e a deslumbrados -, estas sugestões de Pacheco Pereira fazem todo o sentido no meio do vazio, tão exemplarmente representado na cabeça de Gabriela Canavilhas apenas a derradeira numa "linha" de ilustres nulidades que, desde 2000, têm invariavelmente vindo a tutelar uma mistificação. «A parte que é realmente de responsabilidade pública, a mais importante, a única que merece uma estrutura governamental própria, é o património, que pode ganhar mais recursos mesmo nesta fase em que não há dinheiro para nada. Sim, de facto, eu não penso que se deva subsidiar a criação, até porque muitas vezes, não é criação nenhuma mas um papaguear das modas do dia, defendidas por uma muito vocal elite, que naturalmente defende os seus interesses. A dispersão de actividades, por áreas onde se pode medir a sua utilidade e qualidade, permitiria uma utilização muito mais sadia e transparente dos escassos dinheiros existentes e afastar o estado de critérios de gosto. Assim o dinheiro seria certamente mais bem gasto do que aquele que alguém gastou a colocar uma piscina-banheira azul a tapar o Tejo numa das mais bonitas Praças do país.»

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UM REGIME AMBÍGUO

João Gonçalves 12 Dez 10


A "direita" imagina que, em menos de seis meses e depois da reeleição de Cavaco, está de volta ao poder. Que haverá eleições e que, irmanados pelo bem comum, Passos e Portas darão mãos para salvar Portugal com a benção de Cavaco. Ainda há umas semanas, na Católica, Cavaco explicou porque, dos três presidentes eleitos, é o maior guardião da constituição em vigor. Com todas as letras do alfabeto, Cavaco disse que o PR não pode demitir o 1º ministro e, apesar de desvairado, Sócrates ainda não interferiu com o chamado "regular funcionamento" da engrenagem. O que pode fazer é dissolver o parlamento coisa que apenas depende deste porque (ele não o disse mas supõe-se) Cavaco não é Sampaio. Portanto, das duas, uma. Ou o governo apresenta uma moção de confiança e ela é recusada. Ou a AR aprova uma moção de censura e, depois, Cavaco tira as ilações. Por outro lado, mesmo preenchida uma destas condições, não é certo que Sócrates não se recandidate ao cargo desafiando Passos a imolar-se no altar dos sacrifícios pelos quais ele, Sócrates, está disposto a continuar a imolar-se até ao fim da legislatura. Mais. A "direita" (e Sócrates jamais se esqueceria de o recordar), no seu modo "liberal" de pacotilha, mal amanhada e cheia de pressa em invadir os despojos, traria mais e piores sacrifícios quando, julga Sócrates, a meio da fatal execução orçamental já se começarão a sentir os "efeitos" dos sacrifícios e podemos, tranquilamente, regressar ao panem et circenses. Sócrates é um poderoso adversário e nem a derrota das presidenciais (da qual ele habilmente se afastará deixando, como se verá em breve, Alegre entregue à sua triste sorte) o comoverá. Para além disso, muitos dos ornanentos da candidatura de Cavaco, não há muito tempo, viam em Sócrates um "reformista determinado" como nunca antes tinham visto em ninguém da "direita". E a pretensa AD de Passos/Portas, sem acrescentos qualitativos fora do estrito somatório partidário, pouco se distinguiria do que está. O país está condenado a este patético "rotativismo" enquanto a constituição não permitir um regime presidencialista que dê alguma utilidade política, social e cultural aos partidos por agora confinados às trevas da sua paroquialidade omnipresente e medíocre. Sócrates conta com esta ambiguidade para estar e ir ficando em nome da estabilidade que é um substantativo feminino muito apreciado em Belém.

PORTUGALÓRIO DOS PEQUENINOS

João Gonçalves 12 Dez 10

«Segundo o PISA (Programme for International Student Assement), um programa da OCDE, os resultados dos alunos portugueses em "literacia" (?) em Leitura, Matemática e Ciências ficaram pela primeira vez próximos da média. Isto produziu uma euforia inexplicável. É certo que andámos muito tempo pelo fim da tabela, mas não se vê hoje grande motivo para celebrações. No Parlamento, houve uma festa em que toda a gente participou. Sócrates disse logo ao Diário de Notícias que o seu Governo será lembrado pela "aposta" (sempre esta reles palavra) que fez "na ciência e na educação" (e não, claro, pela bancarrota do Estado e do país). Falta agora o Presidente da República chorar em público. E, no entanto, mesmo nesta classificação, que varia de ano para ano e não indica um progresso sólido e seguro, Portugal continua muito atrás de muitos países da Europa. De resto, o PISA avalia alunos de 15 anos, que têm ainda o fim do secundário e a universidade à frente. Claro que a base de partida conta. Só que, se não for seguida por um ensino superior de grande qualidade, não leva ninguém a parte alguma; e o nosso ensino superior é genericamente mau, desorganizado e pobre. Há em Portugal muito pouca investigação de reconhecida relevância e a vida académica praticamente não existe. Basta passar um dia em Harvard ou em Oxford para se perceber a diferença. O que não admira. As tradições da ditadura duraram muito para lá do razoável (e, em certa medida, ainda duram) e a élite, se a palavra se aplica, que substituiu a do "salazarismo" não se recomenda. O que, de qualquer maneira, não importa muito. Ao contrário do que julgam os políticos desta democracia em que vivemos, um país não é rico porque é educado, é educado porque é rico. E se fosse necessária uma prova irrecusável desse melancólico facto, bastava olhar para as taxas de "abandono" e de "repetência" e para o número crescente de infelizes que tiraram uma licenciatura, um mestrado ou até um doutoramento para transitar imediatamente para o desemprego. A educação vale numa economia que precisa dela e a pode usar, não vale (ou vale menos) numa economia de baixa tecnologia, persistentemente atrasada e subdesenvolvida. As crianças de 15 anos que treparam com mérito na tabela do PISA não garantiram um futuro melhor para si próprias, nem anunciam dias melhores para Portugal.»

Vasco Pulido Valente, Público

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