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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

CREDIBILIDADE E LEGITIMIDADE

João Gonçalves 20 Nov 10

Santana Lopes sugeriu na tvi que os candidatos presidenciais, em especial o actual PR, se deviam pronunciar acerca do "governo de salvação nacional", uma ficção sem senso acerca da qual Cavaco (que é quem interessa) evidentemente não dirá uma só palavra. Do outro lado, e bem, M. M. Carrilho explicou-lhe delicadamente que não se deve acrescentar a um problema de credibilidade uma questão de legitimidade. Às vezes parece que Lopes não aprendeu nada quando aceitou chefiar um governo por mera transmissão administrativa em vez de ter exigido votos.

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O "CONCEITO DE LISBOA"

João Gonçalves 20 Nov 10


Bem avisei. E não se enganava João César Monteiro, logo em 1973, que o afamado maradona vai lembrando. «Que pensar de tudo isto? Em primeiro lugar, que a vida está má para os pobres. Depois, que, nisto ou naquilo, vivemos todos muito ocupados, inclusive na falta de ocupação.»

QUEM É QUE NOS PREVINE DELA?

João Gonçalves 20 Nov 10


Como leio pouco os jornais, não sei onde é que a ainda ministra da cultura, D. Canavilhas, falou. Mas pelos rodapés das televisões vejo passar os seus dislates. Diz ela que é preciso uma "estratégia preventiva" para o sector do património quando, a ser necessária alguma coisa, o que é preciso é prevenirmo-nos contra a insane Canavilhas. Que consente enfiar (ou seja, anular) os teatros nacionais todos na aberrante OPART, apesar de, finalmente, ter percebido que, no caso do São Carlos, 90% do orçamento é para funcionamento e só 10% resta para a produção (este blogue começou há sete anos justamente por afirmar isso vezes sem conta). O balanço destes anos Sócrates, na cultura, consiste numa assustadora espiral de mediocridade que Canavilhas, na sua inconsequência, encerra de forma lapidar. Repito. Mais valia ter fechado a Ajuda.

CAMPANHA ALEGRE

João Gonçalves 20 Nov 10

O candidato Alegre queixa-se de ninguém ligar às presidenciais. Na realidade, queixa-se de ninguém lhe ligar apesar de ele detectar um "crescendo" que só existe na sua vaga cabeça. Mas até nisto anda enganado. O Bloco, que o apoia entusiasticamente, desce hoje a Avenida da Liberdade numa manifestação "unitária" anti-NATO. Ora onde está o Bloco está Alegre e onde está Alegre está o Bloco. Alegre quer melhor campanha do que esta?

O GLORIOSO PAÍS DE EVENTOS

João Gonçalves 20 Nov 10


«Uma parte essencial da saloiice indígena é a mania do prestígio. Ontem o DN falava da cimeira da NATO, notando com grande satisfação que ela nos trazia grande prestígio. E porquê? Porque Portugal recebia os "chefes" (e que "chefes") dos 28 Estados membros, mais duas dezenas de "representantes" de outros desgraçados países, desde o afegão Karzai ao russo Medvedev. Esta festarola já tornou Lisboa num inferno e provocou o governo a dar o presente do costume ao grosso do funcionalismo: a sempre abençoada e nunca verdadeiramente merecida "tolerância de ponto". Mas parece - dizem os peritos - que o mundo pasma com a nossa "capacidade" de organização, ainda por cima de um "evento" que "mudará o futuro próximo da humanidade". Para dona-de-casa não estamos mal. A Expo-98 e o Europeu de Futebol de 2004, embora sem "mudar o futuro próximo da humanidade", o que foi uma pena, tinham a seu tempo mostrado essa nossa extraordinária vocação. E mesmo hoje Portugal continua ardorosamente à procura de um espectáculo qualquer que reforce e alargue a sua enorme fama de "receber bem", necessária como pão para a boca a um país que se preze. Consta, por exemplo, que vem aí o Mundial de Futebol e até, suponho que em homenagem à Comporta, a Ryder Cup (uma espécie de campeonato de golfe). Só falta agora o pingue-pongue e o ténis, que se escondeu, talvez por modéstia, no Estoril. A única coisa que espanta neste fulgurante currículo é que Portugal não use a sua "capacidade de organização" para se organizar a si próprio, uma coisa por que ninguém certamente o criticaria. De resto, há por aí gente, como a sra. Merkel, que é muitíssimo capaz de preferir Portugal com uma dívida externa mais pequena, um défice razoável e uma economia em crescimento. Sabemos que essa gente é mesquinha e má. E que nada paga a íntima alegria de ver Obama e os seus duzentos guarda-costas nas ruas de Lisboa. O brilho de uma boa "cimeira" não substitui a mediocridade de uma vida honesta e de uma sociedade um pouco menos miserável e caótica. Os pobres - é uma velha verdade - gostam de se roçar (figurativamente) pelos ricos. Como a insignificância gosta de se roçar pela grandeza e discutir a sério o "futuro próximo da humanidade", em especial do Afeganistão em que o interesse de Portugal é óbvio. Mas, de quando em quando, convinha que o governo descesse à realidade de que teoricamente se devia ocupar.»

Vasco Pulido Valente, Público

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