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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

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João Gonçalves 19 Nov 10


Obama foi justo. Os cães são efectivamente o melhor de Portugal.

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O "CONCEITO ESTRATÉGICO"

João Gonçalves 19 Nov 10


Já tínhamos a "agenda de Lisboa" e o "tratado de Lisboa". Tudo reputados sucessos mundialmente reconhecidos. Faltava o "conceito estratégico de Lisboa". Tanta Lisboa por tanto lado e nunca tão pouca Lisboa em Lisboa e nunca tão pouco Portugal em Portugal. Pobres e parolos, uma combinação perigosa.

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O PAÍS SEGUE DAQUI A DOIS DIAS

João Gonçalves 19 Nov 10


«E se a legislatura nasceu torta, os passos seguintes não a endireitaram, bem pelo contrário. (...). O novo governo esteve longe daquilo que as circunstâncias exigiam, quer pela sua composição quer pela sua acção. O seu líder deixou-se envolver, durante meses, em mais um incómodo folhetim judiciário, de que não sairia sem equívocos. E, porventura o mais grave de tudo, desvalorizou-se obsessivamente a dimensão da crise e as suas consequências até ao Verão passado, durante quase dois anos! (...) Tendo as coisas corrido como correram e chegado onde chegaram, agora não é possível fazer remendos. Porque é de facto de remendos que se fala, quando se reclamam coligações sob a ameaça ou tutela exterior (seja ela da União Europeia, do FMI ou dos mercados) ou se reivindicam governos de salvação nacional. A solução minoritária, imprudentemente adoptada e caucionada no Outono de 2009, não é alterável sem eleições. Este parece-me ser um ponto incontornável: sem eleições não é alterável a fórmula de governo, que não teria nem credibilidade nem legitimidade aos olhos do país.»
Manuel Maria Carrilho

AS PESSOAS SÃO O QUE SÃO

João Gonçalves 19 Nov 10


Parece que uma conhecida "jornalista" totalitária debitou qualquer coisa acerca de um alegado "jornalismo totalitário" por causa de uma amiga dela. Muito bem. Sucede que a amiga dela é eurodeputada, uma figura pública, uma dirigente partidária, em suma, alguém sujeito ao escrutínio público por vontade dela. A opinião dela acerca dos seus camaradas - os famosos desabafos de estados de alma que começam a fazer escola - tem interesse para se avaliar o "nível" das nomenclaturas partidárias. O escândalo aparente da totalitária jornalista é a "fonte", a transcrição de escutas realizadas num processo que já passou para outra fase, a instrutória, legalmente pública, e não o seu teor e o que o teor diz do carácter de uma personalidade que, valendo o que vale (nada), faz política. As coisas são o que são. E as pessoas também. Não adianta escondê-las.

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O PAÍS SEGUE DAQUI A DOIS DIAS

João Gonçalves 19 Nov 10

«A ausência de um acordo teria produzido duas coisas, ambas meritórias. Primeiro,a demissão de Sócrates. E, segundo, a certeza de que o FMI traria vigilância às contas públicas; rigor na execução; e, claro, juros incomparavelmente mais baixos do que a extorsão a que o país está submetido. Infelizmente, os consensos podres prevaleceram. E, pior, um coro de eminências pardas e comentadores parvos pedem agora um governo de ‘salvação nacional’. Para liquidar de vez qualquer possibilidade de alternativa e ruptura com a mediocridade instalada? O que nos salva é que a Irlanda, muito provavelmente, vai atirar a toalha; e, depois da Irlanda, seremos nós. Louco? Irresponsável? Antipatriota? Muito obrigado. Deixo ficar a sanidade, o rigor e o patriotismo para quem nos trouxe até aqui.»
João Pereira Coutinho, CM
"Tem-se dramatizado muito a vinda do fundo. Eu creio que o fundo e a União Europeia, se viessem, viriam sem que isso significasse uma regressão e sem que representasse um agravamento significativo das condições do País"
Ramalho Eanes

TUDO QUANTO A MEMÓRIA TRAZ

João Gonçalves 19 Nov 10


Marcel Proust morreu faz hoje oitenta e oito anos. Num blogue que olha fundamentalmente para o nosso "reino da estupidez" e, sobretudo, num dia de provinciana exaltação patriótica, parece à primeira vista despropositada esta recordação de Proust, autor do porventura maior Bildungsroman de sempre. Mas precisamente por se tratar de Bildungsroman é que Proust merece ser evocado em tempos que, quando passarem, não merecerão qualquer recherche especial. Estão já perdidos pela natureza deles e, ao contrário do narrador Marcel, ninguém hoje está interessado em "aprender". De acordo com Richard Rorty, Proust evitou a nostalgia sentimental «recontextualizando incessantemente tudo quanto a memória traz.» Um prodígio apenas conseguido uma vez e de uma vez para sempre.

«On peut faire se succéder indéfiniment dans une description les objets qui figuraient dans le lieu décrit, la vérité ne commencera qu'au moment où l'écrivain prendra deux objets différents, posera leur rapport, analogue dans le monde de l'art à celui qu'est le rapport unique, de la loi causale, dans le monde de la science et les enfermera dans les anneaux nécessaires d'un beau style, ou même, ainsi que la vie, quand en rapprochant une qualité commune à deux sensations, il dégagera leur essence en les réunissant l'une et l'autre pour les soustraire aux contingences du temps, dans une métaphore, et les enchaînera par le lien indescriptible d'une alliance de mots (…) Ce travail de l'artiste, de chercher à apercevoir sous de la matière, sous de l'expérience, sous des mots quelque chose de différent, c'est exactement le travail inverse de celui que, à chaque minute, quand nous vivons détourné de nous-même l'amour-propre, la passion, l'intelligence et l'habitude aussi accomplissent en nous, quand elles amassent au-dessus de nos impressions vraies, pour nous les cacher maintenant, les nomenclatures, les buts pratiques que nous appelons faussement la vie. En somme cet art si compliqué est justement le seul art vivant. Seul il exprime pour les autres et nous fait voir à nous-même notre propre vie, cette vie qui ne peut pas s' "observer", dont les apparences qu'on observe ont besoin d'être traduites et souvent lues à rebours et péniblement déchiffrées. Ce travail qu'avaient fait notre amour-propre, notre passion, notre esprit d'imitation, notre intelligence abstraite, nos habitudes, c'est ce travail que l'art défera, c'est la marche en sens contraire, le retour aux profondeurs, où ce qui a existé réellement gît inconnu de nous qu'il nous fera suivre.»

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