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portugal dos pequeninos

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IMPACIÊNCIA E PATRIOTISMO MORAL

João Gonçalves 15 Nov 10


No lançamento do livro da foto, de Maria João Avillez, Pedro Lomba - que prodigalizou um texto notável de apresentação - falou de impaciência e desastre, de acaso e de génio. Lomba, como recordou, tinha 3 anos quando Sá Carneiro morreu. A circunstância de não ter "vivido" aquele período talvez tenha contribuido para a inequívoca oportunidade da sua intervenção. O Pedro intuiu e descreveu perfeitamente a coisa. Como membro do "pequeno grupo dos Reformadores", de 79, como lhes chamou a Maria João, acompanhei o "processo AD". Já o escrevi várias vezes. É difícil entender - mas o Pedro entendeu-o adequadamente - que o país ( e os políticos dessa época) era outro olhando à palhaçada que para aí anda. E que aquilo que hoje emerge como banal (a direita alternar com a esquerda no governo apesar da "comunidade" retórica e vácua que as une), parecia impossível passados apenas quatro anos e meio sobre a "revolução". Mas foi isso que aconteceu com a AD de Sá Carneiro, Freitas do Amaral, Ribeiro Telles, Reformadores e dezenas de independentes. Todavia, a vida política de Sá Carneiro jamais foi um cortejo de felicidade ou de previsibilidade. Até 2 de Dezembro de 1979, Sá Carneiro poucas vezes foi levado a sério dentro e fora do seu partido. E daí até ao seu trágico desaparecimento, nada foi fácil. Pressentiu sempre que morreria cedo - pathos e hubris, hubris e pathos, inseparáveis. O que teria sido a vida política portuguesa com ele, dentro ou fora dela, saíndo e entrando, rompendo e conciliando, separando e unindo, é uma incógnita. Que fazem falta a ela a impaciência e o patriotismo moral de Sá Carneiro (P. Lomba), fazem. Imagino a vergonha que sentiria se vivesse agora nisto, no meio de tanto peralvilho desbiografado. Como nós, os que vivemos aqueles anos, temos a estrita obrigação de sentir à medida que se aproxima o desastre.

Nota: Não, não comprei o livro porque tenho a 1ª edição. Quanto ao resto, este post "responde" às observações do João Villalobos acerca do "tempo que passa" e em que ele se sente como peixe na água. Quem me dera.

QUEM É QUE PEDIU UM DR. AMADO?

João Gonçalves 15 Nov 10


O dr. Amado, ministro de Estado e MNE desta coisa em forma de assim, revelou que, afinal, tudo não passou de "desabafos de estados de alma" dignos de um mau árcade lusitano. Pelo andar da carruagem, quando passarem nove anos sobre a famosa noite do pântano do eng. Guterres, o pântano de antanho, comparado com o de agora, será um bacio de água de rosas. Foram vocês, idiotas úteis da "direita", que pediram um dr. Amado?

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OS "PATRIÓTICOS" E O FMI

João Gonçalves 15 Nov 10


A converseta acerca do FMI "vem que não vem" é perfeitamente esdrúxula. Aliás, os adeptos da "grande coligação" - que votaria isto à ausência de alternativas como nem no tempo da ditatura existiu -, muitos dos quais letrados, devem saber que é precisamente disso que o FMI está à espera para vir. Dito de outra forma, eles nunca aterram cá com um governo minoritário. No dia em que, sob altíssimos patrocínios falsamente consensuais, a nação parisse um governo patriótico, de salvação ou do raio que os parta, o FMI tinha a porta escancarada. Mas isto (não eu, que não receio o FMI e até o defendo) os ditos "patrióticos" não explicam. É preciso continuar a alimentar as conversas de chacha e as mistificações televisivas.

DO MAU FEITIO

João Gonçalves 15 Nov 10


Começa finalmente logo à noite, no canal FOX, a 7ª temporada de House. Parece que, desta vez, o homem se vai deixar emudecer pela "patroa", a dra. Cuddy, em infracção à velha norma do "don't shit where you eat". Não interessa. House é o melhor mau feitio metafórico que um media jamais nos ofereceu. E a prova de que, verdadeiramente maus, são os bonzinhos. Basta literatura e alguma convivência social chegam para o provar. Tenho aqui à mão o último livro póstumo do Eduardo Prado Coelho. Convive-se melhor com os mortos, evidentemente. E lá vem, em síntese, o que isto tudo é e não é. «Os tempos não são exaltantes, a mediania domina, as expressões que definem cada dia não nos conduzem demasiado longe.» Também não vale a pena. Nada nem ninguém, aliás, vale.

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