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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

PETER HOFMANN 1944-2010

João Gonçalves 30 Nov 10



Pude assistir no São Carlos, quando havia São Carlos, à exibição da dupla do clip nesta mesma ópera de Wagner. Hofmann prodigalizava um Siegmund simultaneamente jovem e com um timbre adequado ao papel. O lugar comum é que morrem cedo aqueles que os deuses amam. Wotan amava estes dois irmãos incestuosos e, não obstante, condenou Siegmund à morte em combate. A vida encarregou-se agora do resto. É mesmo uma porcaria.

PARLAMENTO LULIZADO

João Gonçalves 30 Nov 10

Jaime Gama quer levar a "lulização" da língua portuguesa ao parlamento, obrigando-o a usar o linguarejar acordográfico em 2012. Vamos ver como é que aqueles amiguinhos que se sentam no dito parlamento, alfabetizados ou não, reagem a isto. Se é que reagem.

Adenda (do Impensável): «Proponho, aproveitando este blog, que enviem um protesto a Jaime Gama. Podem fazê-lo aqui: http://www.parlamento.pt/sites/PAR/PARXLEGA/Contacto/Paginas/default.aspx Poderiam lembrá-lo de que a petição com mais de 100000 assinaturas não foi discutida em plenário, como foi recomendado pela Comissão de Ética, cultura e sociedade e que o Dr. Gama não demonstrou então qualquer pressa em promover uma real discussão sobre o "acordo:»

ESTADO DE NECEDADE

João Gonçalves 30 Nov 10


Para completar o "estado" em que vivemos, só faltava mesmo a opinião deste senhor. Para além de que um referendo sobre república ou monarquia dá de comer e beber a milhões de portugueses, emprego e felicidade de uma maneira geral.

NÓS POR CÁ

João Gonçalves 30 Nov 10


O Banco de Portugal aconselha a banca comercial a arranjar mais e outras formas de financiamento. Aparentemente as "tradicionais" estão fartas de dar para o peditório para além de "tesas". Por outro lado, os accionistas, à partida, também não estão melhor. É um círculo vicioso? É. Roubini ainda tem muita literatura pela frente. Não por nossa causa, evidentemente. Mas porque, periféricos, pobres e inconfiáveis, sempre damos pelo menos para um gráfico ilustrativo. Ontem, na rtp, Daniel Oliveira, um arrogante corifeu do regime, exibiu um, gigantesco, provavelmente destinado a tentar apoucar Medina Carreira que está farto de demonstrar quando é que crescemos e quando é que começámos a cair sem remédio. Foi uma pulhice inconsequente e ouvida com a reverência que os Karamba regimentais sempre despertam nem que seja a título de lixo tóxico doméstico. Já faltou mais para ver quem tem infelizmente razão.

OLIVEIRINHAS

João Gonçalves 29 Nov 10

No programa Fatinha Campos Ferreira, Daniel Oliveira representa o regime e a sua língua de pau. Podia ser ele ou outro tagarela qualquer da "direita" (não é o caso do Miguel Morgado mesmo quando absurdamente concorda um bocadinho com o Oliveira) que o efeito era exactamente o mesmo. O medinho do FMI e o elogio às qualidades pátrias para nos safarem - até agora essas "qualidades" não nos safaram de coisa alguma - são deveras comoventes e Oliveira já merece uma "medalha Sócrates" que, aliás. poderá recolher junto da candidatura presidencial que apoia juntamente com aquele. Medina Carreira até agora não deixou de ter razão. É um catastrofista? Não me parece. Melhor catástrofe do que a em vigor não se conhece.

A FESTA PRIVADA DO CHIBO

João Gonçalves 29 Nov 10


"Ofereci-me" A Festa do Chibo, de Vargas Llosa, recentemente editado em livro de bolso. Pareceu-me um título (não o conteúdo, evidentemente) adequado a um "balanço" pessoal. Mas vamos já regressar ao "I am not my own subject". No Porto, o prof. Cavaco apresentou a sua comissão de honra. Fiz parte de três ou quatro, respectivamente, entre os meus 19 e 40 anos. De Eanes, de Soares e de Sampaio aquando da recandidatura de 2001 (sim, sim, podem vergastar-me à vontade). Nas de Cavaco, ironicamente, nunca estive sendo o meu voto mais fidelizado, de 85 até, espero, 2011. Mas Cavaco não precisa para nada da presença de quem o "acompanha" - no voto e não só - há um quarto de século em coisas como comissões de bonzos disto ou daquilo. Os que nunca lá estiveram (nem nas comissões, nem nos votos, nem na lealdade) é que são necessários pela "renovação". Trazem, por assim dizer, um "novo" eleitorado. Eu já dobrei décadas suficientes e, em princípio, garanto o voto sem precisar curvar-me em demasia ou exibir-me de "cristão-novo", velho ou recém-nascido.. E, para além disso, tenho o Chibo à espera.

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AOS CINQUENTA ANOS

João Gonçalves 29 Nov 10


Aos cinquenta anos sou um ser perplexo,
não como aos vinte, aos trinta, ou aos quarenta,
mas radicalmente perplexo. Não sei
se amo a vida ou a detesto. Se desejo
ou não desejo continuar vivendo.
Se amo ou não amo aqueles que amo,
se odeio ou não odeio os que detesto.
Se me quero patriarca, pai de família, como acabei sendo,
ou se me quero livre pelas ruas nocturnas
como quando não acabei de descobri-las
em décadas de andá-las, perseguindo
sequer o amor mas corpos, corpos, corpos.
Sou de Europa ou de América? De Portugal
ou Brasil? Desejo que toda a humanidade
seja feliz como queira, ou quero que ela morra
do cogumelo atómico prometido e possível?
Não sei. Definitivamente, não sei.
Julgas que estou deitado num leito de rosas?
— perguntava ao companheiro de tortura Cuauhtemoc(1).
Mas, mesmo destituído, preso e torturado,
ele era o Imperador, descendente dos deuses.
Eu não descendo dos deuses. O corpo dói-me,
que envelhece. O espírito dói-me de um cansaço físico.
As belezas de alma, seja de quem forem, deixaram de interessar-me.
Resta a poesia que me enoja nos outros
a não ser antigos, limpos agora do esterco
de terem vivido. E eu vivi tanto
que me parece tão pouco. E hei-de morrer
desesperado por não ter vivido. Aos 50 anos
nem sequer a raiva dos outros ainda me sustenta
o gosto e a paciência de estar vivo.
Outros que tentem e descubram:
que digam ou não digam é-me indiferente.


(1) Cuauhtemoc tornou-se, em 1520, no 11º e último imperador dos Astecas, após a morte do sucessor de Montezuma II. Ambos simbolizam o fim de uma civilização, em virtude das conquistas expansionistas castelhanas de que Hernán Cortés foi um dos agentes, ao aprisioná-los.

Jorge de Sena

LOUCO?

João Gonçalves 28 Nov 10


É mesmo não entender nada de nada acerca de Pessoa chamar-lhe louco. Génio, sem dúvida, porque há deliberação. O resto aprende-se lendo. Não é citando. E o livro que Adolfo Casais Monteiro lhe dedicou ainda hoje é um grande livro sobre o dito cujo porque ambos - Pessoa e Casais - tinham essa rara intuição, cúmplice, que ferrava marteladas oportunas na douta ignorância. Não é que o autor do post seja pouco inteligente. Está é convencido que é muito.

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