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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

DESPREZO

João Gonçalves 14 Out 10


Lendo ou ouvindo por aí alguns "fazedores de opinião", em jornais e televisões, de atestado passado por qualquer regime - que falam normalmente do que não sabem por serem cegos de profissão, encartados em burrice ou oportunistas simples - ocorre citar, uma vez mais, Jorge de Sena, correspondente de José-Augusto França a partir dos EUA, em 19.2.78: «é sabido que eu sempre li as putas ou os patrões de putas desse país, tentando não ficar provinciano como eles.» É o que faço, lendo-os ou ouvindo-os, cada vez com maior desprezo, porque «todo o mundo sabe que uma das melhores maneiras de soltar o diabo às canelas dos bem-pensantes de todas as cores e feitios é falar nele, com ares de ironia, como se não existisse.»

O BANDO DOS QUATRO

João Gonçalves 14 Out 10

Os mesmos banqueiros que ontem falaram com Passos, estiveram hoje com Teixeira dos Santos. Alguém os elegeu para alguma coisa ou estão à rasquinha?

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A "RESPONSABILIDADE" BANANA

João Gonçalves 14 Out 10


O leitor Carlos Dias Nunes escreveu num comentário que, e passo a citar, «Emídio Rangel, mais socretino que o próprio, disse ontem à noite na RTPn que Passos Coelho vai “meter o rabinho entre as pernas”. Trata-se, sem dúvida, de uma linguagem finíssima, que só por si diz tudo sobre a postura “negocial” do PS.» O que é certo, caro leitor, é que resulta. O dr. Coelho revelou a "fibra" de que é feito. Pode servir-se estufado com banana ou caçado.

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«Agora, que as coisas mudaram, a incapacidade política revelou-se de um modo tão estrondoso como evidente. Esta incapacidade é bem clara no impasse actual: por um lado, exibe-se um optimismo todo feito de deslumbramento tecnológico e de virtualidades mediáticas, que vive ao sabor dos movimentos quase infinitesimais das estatísticas mais irrelevantes. Mas ao mesmo tempo insiste-se, por outro lado, no fatalismo mais paralisante: "ninguém previu", "não há alternativas", "a culpa é da crise internacional", etc. Com o optimismo, procura ganhar-se em tempo o que se perde em acção, com o fatalismo, procura ganhar-se em impunidade o que se esconde de irresponsabilidade. De resto, que classe política, que não fosse dominada pelo arcaísmo das suas ideias e pelo egoísmo dos seus interesses, poderia, há um ano, ter pensado - um só segundo que fosse! - que seria possível lidar com a mais grave crise que Portugal enfrentou desde 1974, com um governo minoritário? Mais: que outra classe política poderia, de um modo tão inconsciente, ter completamente esquecido a lição das experiência minoritária de 1995/2001, e o "pântano" a que ela conduziu? (Compare-se, a propósito, com o que recentemente - em situação análoga - aconteceu em Inglaterra). E como é possível que se ignorem todas as análises e todos os dados da sociologia e da ciência política, que têm mostrado como hoje é difícil governar, não em minoria - hipótese que o simples bom senso deveria levar a excluir! -, mas mesmo em maioria, devido a fenómenos tão diversos como a crescente fragmentação eleitoral, o forte individualismo dos cidadãos, a disjunção das temporalidades, a precariedade das identidades ideológicas, multiplicação das legitimidades políticas, a erosão dos mandatos, os efeitos do curto-termismo, etc. A palavra responsabilidade anda muito na boca dos políticos portugueses - mas há, infelizmente, razões para desconfiar que se trata sobretudo de má consciência. Porque a responsabilidade é uma exigência que liga não só as promessas e o seu cumprimento, mas também a acção e as suas consequências - e ela é tanto mais incontornável quanto maior for a previsibilidade destas. Os dias difíceis que vivemos são a mais do que natural consequência das imprudentes opções que se têm feito. E ela aponta para a importância e para a urgência de se trocar a cultura política de permanente afrontamento, que desespera os cidadãos e esgota o País, por uma cultura política de abertura, de pluralismo e de negociação, que clarifique as opções dos cidadãos e dê serenidade ao País.»

Manuel Maria Carrilho, DN

Adenda: A partir de hoje, e para memória futura, convinha registar os nomes daqueles que vão aparecer a defender a proposta de orçamento para 2011. Entre o "29 de Setembro" e agora, as famosas "ideias gerais" mudaram substancialmente. Por exemplo, e pelo lado da receita, à "ideia geral" do aumento do IVA foram acrescentadas coisas muito concretas e "técnicas" que, sem se chamarem "aumento de impostos", são aumento de impostos e não propriamente sobre os circunspectos banqueiros que foram ontem implorar ao dr. Coelho que seja complacente com esta mistificação. Consequentemente, e parafraseando o desgrenhado general Vasco Gonçalves, dos idos de "Almada 75", ou se está com esta proposta de orçamento ou se está contra esta proposta de orçamento concreta. Não há terceiras vias, queijinhos ou emplastros Leão. É preciso, de uma vez por todas, ser sério com as pessoas e deixar de as tratar como estatísticas envacalhadas. Que regresse, pois, a política.

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MARIA CRISTINA DE CASTRO

João Gonçalves 14 Out 10




Houve uma época assaz curiosa na minha vida em que imaginei que podia cantar. Não cantar num coro, estilo do liceu ou da universidade, mas cantar mesmo. E fui a casa de Maria Cristina de Castro, ali para os lados da Estrela/Campo de Ourique, para ponderar lições. Perpetrei umas notas ridículas na parte dos "vocalizes" da qual prudentemente não passei. Mas Maria Cristina era generosa e achava que, de lição em lição, a coisa ia a qualquer lado. Não foi, evidentemente, porque um assomo de bom senso e de vergonha impediu-me de lá voltar. Era uma presença habitual no São Carlos e na Companhia Portuguesa de Ópera. Cantou ao lado da Callas, em 1958, na Traviata. Ajudou muita gente a dar os primeiros passos no mundo da ópera. Era uma pessoa boa precisamente o oposto da "boa pessoa". Acho que chega.

DO NADA

João Gonçalves 14 Out 10

Aquela coisa da ONU teve a proeza de transformar uma pessoa meramente estimável e facilmente embaraçável - o dr. Amado, MNE - num génio político. É assim que, de há uns anos para cá, muitos começaram. Do nada.

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