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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

PILRITEIROS

João Gonçalves 16 Set 10

Pilriteiro, dás pilritos
Porque não dás coisa boa?
Cada qual dá o que tem,
Conforme a sua pessoa.

(Cantiga popular numa epígrafe de Jorge de Sena em O Reino da Estupidez)


Os mais reputados comentadores televisivos nacionais, os "quadratura do círculo", passaram o seu bem remunerado tempo a discutir um não-assunto, a revisão da constituição, o "big Mac" das "elites" políticas que temos e que vivem quase todas numa outra dimensão e galáxia. O que as define como as insanes tagarelas que são.

UM FILME, UM PAÍS

João Gonçalves 16 Set 10

Isto diz mais acerca do país (ou acerca "deste" Carlos Abreu Amorim, por exemplo) do que setenta teses académicas, oitenta subsidiadas por fundações e apadrinhadas pelo António Barreto ou repastos até cem pessoas com Ribeiro e Castro.

DECLÍNIO E QUEDA DE UM TEATRO DE ÓPERA

João Gonçalves 16 Set 10




Há trinta e três anos, em Paris, morria Maria Callas. Escuso-me sublinhar quem foi. Em 1958, cantou La Traviata em São Carlos, altura em que o São Carlos tinha um director que é coisa que, desde a remoção de Paolo Pinamonti pelo governo da maioria absoluta socialista, nunca mais teve. Ignoro - e não me apetece saber quem é - o nome do que actualmente passa por tal. Este programa é um sinal do ponto de quase não retorno a que chegou o teatro lírico nacional. O único. Trata-se de uma falácia onde passam por "óperas" coisas que não temos a certeza que o sejam. Pelo menos não o são no sentido em que estamos habituados que sejam. De repertório, o São Carlos apenas assume uma Carmen em Junho ou, com benevolência "não repertoriana", um Janácek e um Humperdinck. Há Keil a abrir - seguramente por conta do nefando centenário - e umas parvoíces apelidadas de "contar uma ópera". Gabriela Canavilhas apadrinhou isto tudo com o seu sorriso levezinho e indiferente. O São Carlos, quando era vivo, recebeu os melhores intérpretes líricos do mundo. Aliás, faziam questão em vir cá. Agora o São Carlos prefere "contar" óperas em vez de as cantar. A saída do alemão Dammann augurava melhores dias. Puro equívoco. Callas desapareceu duplamente.

CONTRA O SECULARISMO AGRESSIVO

João Gonçalves 16 Set 10


Num certo sentido, a Igreja não merece o Papa que tem. Joseph Ratzinger, não me canso de repetir, é um homem notável. Espiritualmente (o que em tempos de vazios mais ou menos cândidos e, sobretudo, tolos e supersticiosos, é uma diferença essencial) e intelectualmente (porque é um contemporâneo mais moderno que todos os broncos que se intitulam "modernos"). Ratzinger é hoje a força da Igreja e não o contrário. Ao clarificar e separar, assume-se como seu chefe e crítico - atento e simultâneo. Até na escolha milimétrica dos países que visita, coisa que analfabetos simples e funcionais não conseguem entender. Bento XVI pretende uma Igreja (um termo que significa "partilha" e "comunidade") unida nos seus fundamentos milenares e não humilhada ou complacente com os desmandos e os crimes cometidos pelos seus membros. Nunca um Papa trouxe tão à luz do sol, para as denunciar, tantas sombras como Ratzinger. Nunca um Papa foi tão longe na expiação pública mais autêntica e profunda dessas rasuras indesculpáveis como Ratzinger. Ao reduzir a Igreja àquilo que ela deve ser - o mais pequeno grão lançado à Terra -, Bento XVI obriga à adesão ou à renúncia sem ambiguidades. Homem perplexo, de fé e sem ilusões acerca do homem (e, por consequência, da Igreja), Ratzinger é um exemplo (se é que ainda alguém valoriza "o" exemplo) num século que leva já dez anos de frustrações e de profunda miséria moral e material. As suas viagens pastorais, por exemplo, são disso prova. Quem as apouca, apouca-se apenas a si mesmo e dilui-se no horroroso espectáculo da vulgaridade que é, afinal, o do mundo.

ASPIRAÇÕES

João Gonçalves 16 Set 10


Estava a comer uma sopa e, no rodapé do lcd do restaurante, li que Ribeiro e Castro tinha uma "aspiração" qualquer. A seguir, outra frase elucidava o excelentíssimo público que, afinal, à "aspiração" não corresponderia uma "possibilidade". Ou corresponderia mas era "difícil". O país estará interessado nas "aspirações" e nas "dificuldades" de Ribeiro e Castro (aliás, quem é Ribeiro e Castro, uma pergunta não meramente retórica?)? Eduardo Pitta parece que está o que, valendo o que vale, quer dizer que entidades como Ribeiros e Castros são "aspiráveis" por entidades como Eduardos Pittas que, alegadamente, são opostas às primeiras. O termo é, inequivocamente, "desejados". Sem querer ser um lógico de trazer por casa, percebe-se porquê. Ora enquanto Ribeiros e Castros e Pittas se debatiam com as mesmas "aspirações", o país - o a sério - endividava-se lá fora mais uns quantos milhões. Pobres "aspiradores".

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