«A nosso ver, há, neste encerramento [dos serviços de leitura da Biblioteca Nacional], um total desprezo pelos leitores. A BN nem sequer projectou a criação de uma sala provisória, de acesso condicionado, que pudesse dar acolhimento aos pedidos de quem tem prazos académicos, financiamentos de projectos aprovados a cumprir ou livros que têm de entregar a editoras. Recordamos apenas que espaço existe: na antiga sala dos periódicos e no espaço da antiga livraria, ambos desactivados. Se a BN sabe que os pisos com mais pedidos são o 3.º, 4.º e 5.º, porque não foi previsto, para estes, um fecho por um período mais curto? Mais, se já se sabia, pelos vistos há anos, que iria ocorrer um longo encerramento (a obra foi adjudicada em 2008), porque não intensificou a digitalização de obras fundamentais? Na década de 1990, quando o Arquivo Nacional da Torre do Tombo mudou do Parlamento para o Campo Grande, ouviu, antes, os seus leitores, pelo que tudo correu de uma forma aceitável. Quando a BN mudou de São Francisco para o Campo Grande, em 1969, a transferência demorou seis meses e não houve atrasos. Também eram milhões de livros. Veremos o que se irá passar. A BN não estudou uma alternativa razoável, porque a sua direcção não tem peso político, porque ninguém quer saber do que se passa nas bibliotecas e porque, o que é quase certo, o Ministério da Cultura não previu as necessárias verbas. Não havendo dinheiro, não tendo recursos, a BN teve de planear a obra da forma mais barata, pensando que os leitores - que, pela sua natureza, não se conhecem nem se reúnem em manifestações - não seriam capazes de contestar. Enganaram-se.»
Maria de Fátima Bonifácio e Maria Filomena Mónica, Público
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...