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portugal dos pequeninos

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KIM BACK

João Gonçalves 20 Jun 10


Segundo um dos mais destacados membros da nomenclatura "socrática", o sr. Junqueiro, o chefe é um "exemplo" para a Europa e "uma oportunidade para o país". O sr. Junqueiro costuma destacar-se pela extraordinária leveza de pensamento aliada a uma forte propensão ao disparate partidário. Quando o PS precisa de uma manobra de diversão, recorre ao friso onde alinha Junqueiro, Lello, Madame Estrela, Canas ou Rodrigues, sempre disponíveis para se prestarem às mais torpes ou tolas declarações conforme os níveis de necedade de cada um. A "oportunidade" de que o país precisa é, afinal, ver-se livre deles e do seu "exemplo".

DA CONVERSA DE CHACHA

João Gonçalves 20 Jun 10

Pretenderam fazer da ausência física do Chefe de Estado no funeral de Saramago um assunto de Estado. Com Louçã à dar o mote, os jornalistas de serviço encarregaram-se do resto. Enquanto PR, Cavaco fez-se representar junto do féretro e da família do escritor pelos seus chefes das casas civil e militar e, assim, honrou o que havia a honrar. Mais do que isso seria hipocrisia de Cavaco Silva que os fartos viúvos e viúvas de Saramago não deixariam de anotar, como anotaram o contrário. Todavia, alguém que, na opinião do falecido, «não tem ideia nenhuma do que é a literatura ou a arte», que era tido como «génio da banalidade» e a quem Saramago não tencionava conceder o "privilégio" da sua presença se o outro fosse eleito PR, ia lá fazer o quê?

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LEMBRANÇA DE ISABEL DA NÓBREGA

João Gonçalves 20 Jun 10


De um leitor, Tomás: «No dia da morte de Saramago, Isabel da Nóbrega sai de casa vestida de preto como nunca a tinha visto. Curiosamente não vi em lado nenhum, qualquer menção a Isabel da Nóbrega nem aos quase 20 anos de vida em conjunto e de apoio incondicional. Provavelmente não é muito interessante para os outros.»

ALEGREM-SE QUE AMANHÃ É OUTRO DIA

João Gonçalves 20 Jun 10



Entre nós, o panteão é mais ou menos um lugar obscuro, simbolicamente irrelevante, que acolhe figuras pátrias pelas mais disparatadas razões consoante o caprichismo dominante. Saramago ficar ou deixar de ficar lá é mais uma questão de lobby político do que de mérito literário ou nacional. Aquilino está por causa da maçonaria e não por ter sido um extraordinário escritor ou um egrégio patriota. Entre Herculano, Garrett, Junqueiro e João de Deus talvez apenas o primeiro merecesse a "distinção" porque percebeu perfeitamente o que isto sempre foi, da política à literatura, salvo duas ou três excepções. Uma choldra que dá vontade de morrer.

Adenda (Alberto Gonçalves, no DN, para "variar"):

«Portugal ficou mais pobre? Se a pobreza for de espírito e a julgar pelas carpideiras, sem dúvida. A morte de José Saramago iniciou uma competição de louvores e levou uma extraordinária quantidade de sujeitos, notáveis e anónimos, a elogiar um homem que, evidentemente a título elogioso, todos acham "polémico". É verdade que Saramago tentou a polémica. E se agora muitos aconselham a separar o autor da respectiva obra, é igualmente verdade que o conselho não possui efeitos retroactivos. Após O Evangelho... e sobretudo após o Nobel, que insuflou Saramago com uma importância proporcional à importância que um país periférico dá a essas coisas, os seus romances confundem-se frequentemente com sebentas de apoio às controvérsias públicas que o autor buscava e, na maioria dos casos, obtinha. Menos lidos do que comentados, os livros de Saramago pareciam-se com uma mera versão escrita do chinfrim que o próprio anunciava ainda antes de cada publicação e se esforçava por alimentar depois. E tudo isso para quê? Vasculha--se a imprensa e, entre a excitação dos epitáfios, não se encontra uma voz dissonante. Saramago orgulhava-se de fomentar inimigos, mas, fora dos comentários sem rosto na Internet, aparentemente não há um com a decência de aparecer e proclamar que desprezava a obra ou que detestava o autor. Para quem se sonhou incómodo, não haverá maior traição do que partir neste sufocante consenso


QUEM PODE ADIVINHAR A ETERNIDADE?

João Gonçalves 20 Jun 10


«Somos fracos juízes do nosso tempo, sobretudo quando pretendemos adivinhar a eternidade no pedaço de história em que nos coube viver. (...) No início do século XXI, o panorama literário de Portugal é dominado por duas figuras quase intangíveis, tão longe se estende o seu prestígio nacional e internacional. José Saramago e António Lobo Antunes são as incontestadas eminências das nossas letras contemporâneas, os autores mais vendidos, os mais autopsiados pela academia, os mais consagrados pela crítica. Não se vê ninguém que lhes denigra o mérito nem alguém que lhes pise o manto da preponderância.»

José Navarro de Andrade, É tudo gente morta

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