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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

NA NOITE DA DÚVIDA E DA INCERTEZA

João Gonçalves 13 Mai 10


E no meio da espuma, a sensatez, a necessidade da percepção da radicalidade expressa nos Evangelhos como o caminho, a verdade e a vida.

«As Escrituras convidam-nos a crer: «Felizes os que acreditam sem terem visto» (Jo 20, 29), mas Deus – mais íntimo a mim mesmo de quanto o seja eu próprio (cf. Santo Agostinho, Confissões, III, 6, 11) – tem o poder de chegar até nós nomeadamente através dos sentidos interiores, de modo que a alma recebe o toque suave de algo real que está para além do sensível, tornando-a capaz de alcançar o não-sensível, o não-visível aos sentidos. Para isso exige-se uma vigilância interior do coração que, na maior parte do tempo, não possuímos por causa da forte pressão das realidades externas e das imagens e preocupações que enchem a alma. Sim! Deus pode alcançar-nos, oferecendo-Se à nossa visão interior. Mais ainda, aquela Luz no íntimo dos Pastorinhos, que provém do futuro de Deus, é a mesma que se manifestou na plenitude dos tempos e veio para todos: o Filho de Deus feito homem. Que Ele tem poder para incendiar os corações mais frios e tristes, vemo-lo nos discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 32). Por isso a nossa esperança tem fundamento real, apoia-se num acontecimento que se coloca na história e ao mesmo tempo excede-a: é Jesus de Nazaré. E o entusiasmo que a sua sabedoria e poder salvífico suscitavam nas pessoas de então era tal que uma mulher do meio da multidão – como ouvimos no Evangelho – exclama: «Feliz Aquela que Te trouxe no seu ventre e Te amamentou ao seu peito». Contudo Jesus observou: «Mais felizes são os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática» (Lc 11, 27. 28). Mas quem tem tempo para escutar a sua palavra e deixar-se fascinar pelo seu amor? Quem vela, na noite da dúvida e da incerteza, com o coração acordado em oração? Quem espera a aurora do dia novo, tendo acesa a chama da fé? A fé em Deus abre ao homem o horizonte de uma esperança certa que não desilude; indica um sólido fundamento sobre o qual apoiar, sem medo, a própria vida; pede o abandono, cheio de confiança, nas mãos do Amor que sustenta o mundo. »

A TOLERÂNCIA E O DEDO

João Gonçalves 13 Mai 10

Muita gente, alguma boa, a maior parte trash (como este que conseguiu, como sugere um leitor, o prémio do parvalhão do dia), arrancou os cabelos e teve epifanias por causa da tolerância de ponto de hoje. Diziam que era o Papa. Talvez agora consigam perceber para que é que serviu a tolerância de ponto e possam reparar nos dois dedos de mãos diferentes que têm enfiados num dos orifícios corporais.

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PERDOEM-ME

João Gonçalves 13 Mai 10


Passos, armado em falso Cristo - razão tinha o Camões: «o falso Deus adora o verdadeiro» -, veio pedir perdão. "Desculpem qualquer coisinha", disse, a demonstrar uma queda inequívoca para a frequência de castings televisivos ou filipelaféricos. Todavia, quis "dar a mão ao país" mas a única mão que lá estava, afinal, era a de Sócrates. Os papagaios comentadeiros e as ténias delgadas decerto não deixarão de elogiar esta "postura" patriótica. E imagino que Ângelo aparecerá, em breve, babado de emoção com a "coragem" do epígono. Bem tinha Mário Soares avisado que o rapaz era muito sensato.

A EVITAR

João Gonçalves 13 Mai 10


O novíssimo "bloco central" protagonizado pelo admirável líder e pelo neófito Passos, reles aprendiz de feiticeiro (o Prof. Nogueira Leite nem precisa esperar por Passos - pode ir, de novo, para ajudante de ministros socialistas, algo que lhe assenta tão bem como lenços na lapela do casaco), também se reflecte em coisas como esta e esta. Parafraseando outros "delgados" tempos, Sócrates está candidato a primeiro-ministro coca-cola e Passos a qualquer coisa mas em light. Ambos cheios de corantes e conservantes, naturalmente. A evitar.

Adenda: Quando estas gloriosas e patrióticas "medidas" forem ao parlamento, vamos ver até onde desce a curvatura da espinha dos deputados do PSD. E Passos, se ainda tem cara, devia aparecer para se explicar. Ninguém votou no PSD em Setembro para ouvir conferências de imprensa de Sócrates cujos guiões são escritos a meias com o PSD.


«Read my lips». «read my lips», «read my lips». Três negações em nome da língua de pau e da pusilanimidade. Lembra bem um leitor. «Nós estamos num estado comparável somente à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesma trapalhada económica, mesmo abaixamento dos caracteres, mesma decadência de espírito. Nos livros estrangeiros, nas revistas, quando se quer falar de um país caótico que pela sua decadência progressiva poderá vir a ser riscado do mapa da Europa - citam-se, a par, a Grécia e Portugal. Nós, porém, não possuímos como a Grécia, além de uma história gloriosa, a honra de ter criado uma religião, uma literatura de modelo universal e o museu humano da beleza da Arte. Apenas nos ufamos do Sr. Lisboa, barítono, e do Sr. Vidal, lírico (Eça de Queiroz, in "Uma Campanha Alegre", (1872) pág. 235, edição Livros do Brasil). Só os povos diferem. Cornos mansos aqui, gregos (clássicos, no fundo) lá.

DEPOIS DOS DIAS FELIZES

João Gonçalves 13 Mai 10


O regime consentiu transmitir, através dos três canais generalistas de televisão, a missa presidida por Bento XVI em Fátima. Dado aquilo que se prepara por Sócrates e Passos enquanto dura a missa, percebe-se a hipocrisia do exercício. Os católicos portugueses ficam seguramente mais confirmados na fé mas os portugueses todos, indivíduos e empresas, católicos e não católicos, vão ver como ficam quando estes dias felizes passarem. É que aqueles dois tristes fora da Mãe de Cristo, desgraçadamente, não saem de cá.

UMA EUROPA SEM PRÍNCIPES NEM PRINCÍPIOS

João Gonçalves 13 Mai 10


Manuel Maria Carrilho acredita (moderadamente) nos derradeiros desenvolvimentos políticos ocorridos na Europa do Tratado de Lisboa a propósito da "crise grega" e na pespectiva de outras crises poderem emergir designadamente na periferia da coisa onde, nem há um mês, alguém jurava na "casa da democracia" que não ia aumentar impostos. Prefiro-lhe, por isso, este parágrafo a cinquenta relatórios de "sábios" até porque há anos e anos que são sempre os mesmos "sábios" e chegámos onde chegámos, entregues a puros mentirosos de língua de pau:«a solução encontrada, sendo indiscutivelmente um bom e oportuno sinal político, não deixa de ser uma resposta pontual, de recurso, e com alguns equívocos: ela responde à dívida com mais dívida, joga a fundo nos poderes e nas ilusões do virtual, tem um enquadramento legal discutível e nada adianta quanto ao controlo da especulação.»

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DOS VENDILHÕES

João Gonçalves 13 Mai 10


Alguns leitores deste blogue imaginam que, por ser católico, tenho de ser complacente com os vendilhões do templo. Deviam saber que, a esses, Jesus não trouxe a paz. Expulsou-os do templo. A minha insignificante prosa é a homenagem que faço a esse momento também ele fundador da fé. Se Portugal está genericamente na mão dos descendentes desses vendilhões, em versão mais sofisticadamente rasca, devo poupá-los? E eles, poupam-nos? Ainda hoje, dois deles, encontraram-se em Lisboa, à sucapa, aproveitando a presença do Papa em Fátima e a circunstância de as atenções para lá estarem viradas, para decidirem o futuro próximo das vidas dos outros. Se algum leitor vê esperança em gente desta, então está enganado acerca da autêntica esperança que salva. E ainda mais engando está acerca da liberdade. Da dele, leitor, naturalmente. Os vendilhões, quando muito, só tentam salvar-se a eles mesmos. Nada dão a ninguém - nem esperança, nem liberdade. Dar-lhes luta é, pois, um dever cívico, de esperança e de liberdade indeclinável. Vem nos livros.

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