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"Os tempos são ligeiros e nós pesados porque nos sobram recordações". Agustina Bessa-Luís
João Gonçalves 29 Abr 10
João Gonçalves 29 Abr 10

João Gonçalves 29 Abr 10
João Gonçalves 29 Abr 10
João Gonçalves 29 Abr 10
João Gonçalves 29 Abr 10

«De onde vem este fascínio pela transparência? Ele decorre da convergência de três factores: em primeiro lugar, da generalização da infidelidade que acompanha a desenvolta afirmação do individualismo moderno, que sacudiu todas as fidelidades tradicionais, sejam elas ideológicas ou amorosas, religiosas ou políticas. Depois, da "pipolização" mediática, que consagrou na prática o voyeurismo como um direito de saber tudo, transformando assim automaticamente todo o segredo em algo de suspeito. E, por fim, da desafeição dos cidadãos em relação à democracia representativa, em geral vista como indiferente em relação aos seus problemas mais prementes. O fascínio pela transparência vem de que, em todos estes casos, ela compensa um défice de confiança. Mas essa compensação é ilusória porque, ao contrário do que tantas vezes se diz, só há confiança quando, justamente, há segredo. É precisamente o facto de não se saber tudo - na amizade, nos negócios, na política, etc. - que dá sentido à confiança. Confiar é, sempre, acreditar para lá do que se sabe*. O que acontece num mundo em que a fidelidade se tornou descartável e em que a inconstância se transformou num valor social positivo é que a transparência emerge como a mais consoladora - mas também, talvez, a mais enganadora - das respostas às mais variadas formas de desconfiança que atormentam os cidadãos, quer elas se traduzam em insegurança ou em ciúme, em inveja ou em suspeita, em cólera ou em revolta. A força da transparência vem, em boa parte, do que ela esconde: é quando a sociedade da desconfiança triunfa que a exigência de transparência mais se impõe. É por isso que é necessário valorizar o segredo pessoal, a reserva social e a confidencialidade política. Mas fazê-lo ligando esse esforço a uma inequívoca afirmação da responsabilidade, que deve ser feita, mais de informação do que de manipulação, mais de humildade do que de prepotência, mais de respostas do que de escutas. A revitalização da responsabilidade é o único antídoto eficaz para as patologias da transparência.»
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...