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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

FIBRA

João Gonçalves 11 Abr 10

As horas e horas que, muito justamente, foram dedicadas na televisão a Passos Coelho não substituem, num minuto sequer, os cinquenta de Manuela Ferreira Leite, na tvi24 com Manuel Luís Goucha. Que fibra.

SPÍNOLA

João Gonçalves 11 Abr 10


Há cem anos, neste dia, nasceu António de Spínola. Nada dirá à geração que predomina e para a qual tudo é mais ou menos dirigido e que anda pelos vinte e os trinta e tal anos. Foi para eles que o serviço militar obrigatório foi extinto, para se frustrarem e deprimirem mais depressa. Spínola era, de alto a baixo, um militar. Mesmo quando ocupou, por força do "25/4", o mais alto cargo civil, pensou sempre como militar. E de Cavalaria, que é coisa diferente. Corajoso, mítico, teatral, Spínola perdeu-se estupidamente nos meandros das sequelas da revolução. Sentiu-se traído - um militar a sério tem em alta conta a noção de lealdade - e abandonou um regime que o abandonou prematuramente. Em 1980, o "movimento reformador" a que eu, com apenas dezanove anos pertencia, propôs ao PR Ramalho Eanes a elevação do General a Marechal no âmbito da comemoração do sexto aniversário do "25/4" do qual, afinal, Spínola havia sido o primeiro Chefe de Estado. Honra e glória, pois, à memória de um dos mais ilustres portugueses do século XX.

ATIREM-LHES BANANAS

João Gonçalves 11 Abr 10

Uma das coisas mais inquietantes da nossa me(r)diática democracia é os jornalistas e os comentadores julgaram-se donos, por exemplo, dos congressos dos partidos. Para eles, aquilo é um espectáculo exclusivamente deles, que eles dominam, que eles vampirizam e que eles veiculam como querem. Ricardo Costa, um dos epígonos mais impertinentes desta "escola", o da SIC, que deve estar de férias, chegou a dizer há poucos dias que "adorava" congressos. O que ele não explicou foi o que é que ele "adorava" nos congressos. E o que ele - e as outras e os outros todos - "adora" nos congressos é quase tudo o que não interessa ao país fora dos congressos. Por definição, os congressos já interessam pouco ao país. Mas esta horrenda classe jornalística que é a nossa - bem como os seus comentadores amestrados e, na maior parte dos casos, irrelevantes como balões vazios - está-se nas tintas porque o espectáculo tem de continuar. Vivem disto. Atirem-lhes bananas.

DOS EQUÍVOCOS DA MARTIROLOGIA

João Gonçalves 11 Abr 10


Leio uma longa e aborrecida "reportagem" na revista Pública acerca de, sic, "como é ser gay e católico em Portugal". Não sou adepto da martirologia, seja ela de carácter religioso, sexual ou outra. Ora este título - e todo o arrazoado que o justifica - é, salvo em dois ou três intervalos de lucidez dos intervenientes, de pura natureza martirológica. E não no sentido veiculado pelos entrevistados. a saber, o de que a Igreja não "facilita" ser gay e católico. Sucede que a Igreja não tem de "facilitar" nada. Há milhões de católicos que são muitas coisas para além de católicos. Por exemplo, e como na peça aparece o padre e poeta Tolentino Mendonça - curiosamente pelo "lado" da Igreja -, há casos conhecidos de poetas que eram católicos (Sophia, Cinatti ou Eliot) mas que não eram poetas católicos como, julgo, Tolentino é até porque acumula com o ser padre. O "coitadismo" exibicionista revelado neste texto da Pública não ajuda nem a fé nem as opções íntimas de cada um. Muito menos este disparate "corrrecto" e puramente politiqueiro de Frederico Lourenço: «Terá de vir um papa muito mais aberto. Este parece-me uma figura anacrónica, que leva a Igreja para o passado ainda mais que João Paulo II. Grande teólogo, não duvido, inteligentíssimo, mas está a fazer tudo para que a Igreja não se aproxime do futuro.» Há homossexuais que são católicos o que não é o mesmo que criar na Igreja uma "tendência" homossexual para que aqueles se sintam confortáveis. Não compete à Igreja "adaptar-se" a qualquer "tendência" dos seus fiéis mas, antes, aos seus fiéis viverem a sua fé com a Igreja que existe e onde, desde que foi erguida a partir da famosa pedra indicada por Jesus a Pedro, elas sempre existiram. E, creiam-me, meço bem as palavras.

MARTA PASSOS REBELO PINTO DE SOUSA COELHO

João Gonçalves 11 Abr 10

Não bastava a Passos Coelho o "fardo" Filipa Martins, essa recente descoberta da literatura portuguesa contemporânea, de alguns blogues e da pura evidência boa estética feminina, não sei se exactamente por esta ordem. Ontem, a mais famosa "socranete" de 2005, a minha querida (não é ironia, juro) Marta Rebelo foi a Carcavelos destronar a escritora com manifesto sucesso. Como na tropa, a antiguidade é um posto mesmo em ombros desnudados que não comportam patentes. Bem me pareceu que era ela lá pelo meio dos "coelhistas" e agora confirma-se. A Marta "deu sorte" a Sócrates em 2005. Quem sabe se não fará o mesmo a Passos Coelho. Pareceu-me, porém, que não conseguiu descontrair suficientemente o nosso professor Nogueira Leite a quem fica sempre melhor não se tomar tão seriamente. Sem ironia, também.

PARA QUE SERVE O MIÚDO

João Gonçalves 11 Abr 10


«Nem Soares recusa Alegre por uma questão pessoal (embora ela ajude), nem Sócrates continua neutro para não agitar o partido durante uma crise nacional difícil. O caso é que o candidato Alegre se arrisca a empurrar a esquerda para uma guerra civil sem saída.»

Vasco Pulido Valente. Público

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