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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

PARABÉNS ÀS PRIMAS

João Gonçalves 18 Mar 10


Tomou posse a tal comissão de inquérito parlamentar que vai descobrir a roda. O 1º ministro - direito dele - já informou que só lá vai por escrito. A dra. Ferreira Leite tem "todo o gosto" em ir. E a tudo isto preside esse nenúfar deste regime e do outro, o amável dr. Mota Amaral. Parabéns às primas.

DO ESTADO COMO CADÁVER ADIADO

João Gonçalves 18 Mar 10

Depois de umas balas, por certo sem intuitos homicidas, terem ido parar às cruzes de um indivíduo que ninguém sabe quem é, o dito partiu para a estratosfera. Como tantos outros casos iguais, o homem, em vez de permanecer na respeitável insignificância que era em si mesmo, chega quase a mártir e a autoridade posta no indivíduo que a representa deve, como de costume, levar com o cutelo. Ao mesmo tempo, um tolo sindicalista da PSP que ontem deu à luz a si mesmo nas televisões, pede mais treino de tiro como se isso não fosse um enviesamento esquizofrénico da questão. Assim sendo, Portugal tem o que merece. Um ilustre funeral. De Estado.

Esta "iniciativa" diz muito do que é o caldo editorial comádrico em Portugal. Na circunstância trata-se de poesia e, até por isso, provavelmente todos os cuidados são poucos. Se uma criança, no infantário ou no básico, for instada a fazer "um poema" ao pai (por causa do comercial dia dele e que é escrito pela educadora ou pela professora), foi acrescentada poesia ao mundo dela, da poesia? Todos os dias e a todas as horas há milhares de pessoas a escrever coisas a que chamam poemas e poesia e que não são nem uma coisa nem a outra. São ajuntamentos de palavras que os seus autores - e alguém por eles - colocam no exterior com esse rótulo e com essa irresponsabilidade. A tal "iniciativa" intitula-se "Resumo - a poesia em 2009" como se, a menos de um ano distância da evacuação dos ditos "poemas", os pudéssemos apelidar de tal e aos escribas (salvo um ou outro "nascido" enquanto poeta muito antes do "resumo"), poetas. E, ainda por cima, "os melhores", como vem na propaganda. Lembro aos adeptos desta literatice "tolentina" resumida as palavras sábias de Jorge de Sena em 1948. «A poesia, para possuir aquela eficiência que lhe desejamos, para afinal ser poesia, necessita de uma veemência, de uma paixão, de uma força convocatória das mais primárias volições do homem, o que é incompatível, quer com os trenos mais ou menos amáveis, quer com a expressão de superioridade satisfeita de quem tem os paraísos por sua conta.»

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