Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]

portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

FACES OCULTAS E DESCOBERTAS

João Gonçalves 19 Fev 10


«O "procurador" "geral" da "República" mostrou toda a elevação que o move ao decretar, segundo o JN (18.02), que, no caso Face Oculta, mais não houve do que tentativas de "alteração da linha editorial". O texto da decisão revela que ele confunde sugerir mudanças com acções concretas gravosas (intervir em empresas privadas, levar a despedimentos ou afastamentos, etc.); confunde "luta político-partidária" com acções ocultas a partir do Estado; confunde Sócrates falar ou não ao telefone sobre o assunto com acções do Governo que Sócrates chefia, isto é, do Estado. Quem vê Monteiro falando aos jornalistas nos noticiários já percebeu a táctica: fala nos corredores, em portas e escadas, para poder dizer umas coisas confusas; é tão trapalhão a falar que nem percebo metade das palavras que diz. Mas entendo isto: a trapalhice serve para confundir, e confundir serviu, neste caso, para minorar os danos do Governo.

O Correio da Manhã (17.02) e o PÚBLICO (18.02) confirmam o que tenho escrito há que tempos: o Governo usa meios públicos para desinformar através da blogosfera. O nosso dinheiro é usado pelo Estado (confundido com PS) na montagem de blogues anónimos que despejam argumentário pró-Governo e calúnias sobre adversários. Como escreveu Eduardo Dâmaso, director adjunto do CM, a central de propaganda existe e continua. O caso Face Oculta não abarca toda a teia de interesses do PS-Governo na área dos media, na desinformação e na propaganda. Há outras vertentes ilícitas que a justiça e o Parlamento deveriam investigar de imediato. O Parlamento chamou às audições diversas pessoas que só podem opinar sem nada de factual acrescentar. Deveria chamar às audições um dos putativos cabeças da central, o agora secretário de Estado Almeida Ribeiro, os assessores do Governo que se conhece estarem envolvidos na teia, e o agora deputado João Galamba, que esteve envolvido no esquema antes de promovido.»

Eduardo Cintra Torres, Público

A-B

João Gonçalves 19 Fev 10


Aguiar-Branco, no PSD desde os 17 anos, não aprendeu nada. Louvou-se em Sá Carneiro porque, segundo disse, Sá Carneiro "unia" e ele - que não quer nem "romper" nem "mudar" - também vai "unir". Puro disparate. Sá Carneiro foi, até ao fim, fora e dentro do partido, um homem de ruptura. Aliás, a AD foi forjada contra os bonzos internos de quem Aguiar-Branco é hoje o mais fidedigno sucessor. Um banalão sem chama, este A-B.

Tags

«TAPAR OS OLHOS DOS OUTROS»

João Gonçalves 19 Fev 10

«Tapar os olhos dos outros», uma expressão utilizada numa fala por um esbirro qualquer do PS, podia bem ser o lema destes desbiografados que nos pastoreiam. Ou «degradação da vida pública», na boca de outro, quando é justamente dali que ela vem. Porventura uma raça tão estúpida como a nossa não mereça melhor. «Paris fez a Revolução. Londres deu Shakespeare, Viena deu Mozart, Berlim deu Kant, Lisboa deu-nos a nós.» (Eça de Queiroz, citado aqui)

"DESCONTEXTUALIZADAS", DIZEM ELES

João Gonçalves 19 Fev 10

A ideia de que as transcrições das falas são sempre "descontextualizadas" - parece que é o que ocorre dizer ao sr. Perestrello em vez de se demitir - é uma recorrência retórica que não deixa de ter alguma "lógica". A maior parte dos intervenientes corresponde a pessoas descontextualizadas, i. e., gente de quem nunca teríamos ouvido falar se não fosse a política e o regime. Às vezes apetece dar razão a quem berrava, no seu descaso, que certa gente devia ser preventivamente fuzilada.

FILHOS DE MÃE MUITÍSSIMO INCÓGNITA

João Gonçalves 19 Fev 10




"Marcos Perestrello: Por acaso não me deram o nome do Figo para os tempos de antena das personalidades para depor.

Paulo Penedos:
Pronto, faz-te de novas que o nome vai-te aparecer, só que o apoiante espontâneo e fervoroso primeiro deve querer assinar o contrato, não é?"

O rapaz da bola que, aos olhos do povo, passa por ser um jogador de futebol em versão sofisticada (coitado do povo) mas que, cada vez que abre a boca, começa sempre com "pois, errr.....", pôs um processo contra o Correio da Manhã por este ter falado pela primeira vez no nome dele e, além disso, ontem já disse que não senhor, esteve na campanha simplesmente como cidadão e por razões ideológicas (como se aquele homem tivesse alguma habilidade e proveito da cintura para cima). Além disso, assumiu que tem um contrato, sim senhor. Com quem? Com o Taguspark que, por acaso, já foi alvo de buscas no âmbito do processo Face Oculta e, por acaso também, parte significativa do seu capital é público e pertence à Câmara daquele mestre de obras chamado Isaltino não sei quê. A publicidade é uma boa maneira de tentar disfarçar. As empresas e instituições públicas ou pessoas com cargos públicos que contratam pessoas cor-de-rosa para se promoverem junto dos cidadãos pelos seus sentimentos de pertença e afectividade artificial por alguém, têm a facilidade de poder pagar muito e de raramente serem confrontadas com um "não" motivado pela consciência de cada um desses cor-de-rosa. Depois, Luís Figo e mil outros e outras que podem ter o mesmo papel que ele neste âmbito que une a visibilidade social, não a uma marca, mas a epifanias que envolvem intervenientes e, principalmente, dinheiro do Estado, convém que sejam espertos sob pena de serem, para sempre, e mesmo que não queiram, tidos como oportunistas. A Portugal Telecom, tão falada neste caso, tão definida politicamente e tão cheia de dinheiro público, é um preciso exemplo desse tipo de empresa pela qual é muito arriscado, por muito que o dinheiro seja fácil, dar a cara. Pessoas como um funesto jogador de ping-pong humano têm de entender que, mesmo que tenham sido simplesmente solicitadas para um contrato publicitário, quando envolve este tipo de corredor, não devem ter a ingenuidade de achar que algum dia os seus "fãs" vão pôr a hipótese de que não sabia exactamente os contornos em que se envolveu. Isto é básico. Eu, simples e desinformado cidadão, não posso deixar de desconfiar do meu ídolo Luís Figo que pulula animado e confortável na ribalta. Ele tem todo o direito de aproveitar e eu, simples e desinformado cidadão, tenho tendência natural para desconfiar. Os Figos que arriscam em coisas com dinheiro público em troca de condições contratuais agradáveis, petiscam este tipo de risco que, por vezes, deixa de ser risco e passa a ser a realidade. Mas, a bem da verdade, não é preciso ter muita pena, é só preciso dizer-lhes que tentamos não ser parvos.

DE QUE É QUE PERESTRELLO ESTÁ À ESPERA?

João Gonçalves 19 Fev 10

O sr. Perestrello, Marcos de seu primeiro nome, é secretário de Estado da Defesa Nacional. O sr. Perestrello, um betinho desprezível, gozou literalmente com o subsídio de desemprego - a que, desgraçadamente, muitos portugueses têm de recorrer - numa conversa alarve, agora divulgada, com um camarada sobre propaganda do partido de que ambos são militantes. O assunto, ao contrário do que muitos juristas histérico-formalistas virão a correr defender, é político. O sr. Perestrello já devia estar demitido.

O LEILÃO

João Gonçalves 19 Fev 10

Está aberto uma espécie de leilão para candidato presidencial das várias esquerdas. Há Alegre, Nobre e o insólito Alfredo Barroso, essa nulidade pomposa sobrinha do tio que tem palco em jornais e televisões, já defende Carvalho da Silva, o eterno secretário-geral da CGTP, porque, presumo, o tio seria pornográfico. E Sócrates? Por que é que não o sugerem já que ele é tão bom e quentinho para a preservação da espécie instalada um pouco por todo o lado? Continuem assim, tolinhos e esbracejantes, que vão por bom caminho.

NOJOS

João Gonçalves 19 Fev 10

Câncio mergulhada no "nojo" de que ela mesma tem sido um dos mais veementes e violentos epígonos. É, de facto, um nojo.

Tags

OS FRACASSADOS QUE NOS FRACASSAM

João Gonçalves 19 Fev 10

Notável texto da Helena Matos acerca dos "heróis" que davam aos pezinhos sentados nos muros da cidade universitária nos idos de 60. Esses nostálgicos não se sabe bem de quê e que se tornaram, uns evanescentes, outros lubrificadores do "socratismo", esse poço sem fundo onde a esquerda "moderna" doméstica se afunda suavemente. E, bem pior do que isso (não se perdia nada), nos afunda. «“Falhámos a vida, menino” – é uma das frases finais de “Os Maias”. Mas no caso da geração de 60 não só não parece que esteja interessada em fazer balanços do seu legado – à excepção daquelas evocações que os transformam em heróis – como, por ironia, eles, que em jovens foram tão eficazes a combater o poder, revelam-se agora, à beira de se tornarem velhos, dispostos a quase tudo quando alguém os confronta com aquilo em que se tornaram. E note-se que eles não se tornaram poder que isso já o eram. O que Sócrates fez deles foi transformá-los na Situação.»

Tags

Pesquisar

Pesquisar no Blog

Últimos comentários

  • João Gonçalves

    Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...

  • s o s

    obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...

  • Anónimo

    Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...

  • Felgueiras

    Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...

  • Octávio dos Santos

    Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...

Os livros

Sobre o autor

foto do autor