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portugal dos pequeninos

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OUTRO SINTOMA

João Gonçalves 17 Jan 10


Do «reaccionarismo e do provincianismo que imperam no mundo dos jornalistas». E do reaccionarismo e do provincianismo que imperam no mundo dos blogues que se imaginam "tutelares" só porque um ou outro mabeco que lá escreve também bolça nos jornais e nas televisões.

UM SINTOMA

João Gonçalves 17 Jan 10

Para além da peripécia do regresso do avião, a missão portuguesa no Haiti é um sintoma. O que se discute é por que é que foram uns em vez de outros. Tudo por causa de sete miseráveis dias e de meia dúzia de pessoas. Um sintoma, de facto.

BATATAS E NOIVAS

João Gonçalves 17 Jan 10


A pseudo polémica em torno do não assunto das "noivas de Santo António" parece dar razão àqueles, como eu, que sempre acharam que a imagem relevava mais do que a substância. As "noivas" foram uma criação do Estado Novo e o Estado Presente (uma inovação terminológica de Medina Carreira) quer apropriar-se dela para a propaganda tal qual o primeiro daqueles Estados. Lá onde as "noivas" se destinavam a satisfazer um princípio de caridade caro ao regime - os casais eram invariavelmente de origem social "baixa" -, agora, em nome do folclore ideológico chique que só se "casa" no Lux, as respectivas parcas já começaram a zurzir as canelas do edil de Lisboa, dado que as mordidelas na Igreja fazem, por natureza, parte do manual destes prosélitos. Vão cavar batatas.

SANTO ANTÓNIO

João Gonçalves 17 Jan 10

Sobre os casamentos de Santo António aos quais os homossexuais não podem aceder, parece-me que há interessantes análises a fazer. Em primeiro lugar, deixem-me dizer que imagino, com a minha mente traquinas, o que seria se fosse Pedro Santana Lopes e não António Costa a vedar o acesso dos casais homossexuais a uma celebração que se destina a pessoas que querem casar pela Igreja, pelo Civil e até, pasmem-se, em Mesquitas. A mim parece-me que o Santo António certamente toleraria mais o seu nome usado numa celebração de casais homossexuais que numa de casais muçulmanos, mas isto sou eu a especular sobre desejos de santos – prática a que me dedico nas horas mortas. Já António Costa, co-fundador disso da «Esquerda Moderada e Moderna», parece muito incomodado com o assunto. Também a Igreja me parece assumir uma postura bastante hipócrita: casamentos de Infiéis (com maiúscula), apoia, mas casamentos de sodomitas já não – que morram em enxofre.
No meio de tudo isto temos, claro, aqueles que estariam em cima de contentores a gritar no meio do Rossio, mas que não o fazem, a bem do Partido (com maiúscula, também).
Que Santo António os abençoe, caso lhe apeteça.

tmr

RECONSTRUÇÕES

João Gonçalves 17 Jan 10

Sempre que há uma catástrofe, surgem alguns iluminados com o discurso da regeneração. Que não há nada melhor para que um país, uma cidade ou até mesmo, julgo, uma família que uma desgraça colossal, a ver se todos acordam. Claro que isto é um racionalismo que deveria ter cuidado com o excesso de peso, devido ao facto de estar demasiado tempo recostado no sofá e apenas dar mostras de movimento quando se choca durante os trinta segundos da notícia catastrófica. Não me quero apresentar como moralista: eu nunca, felizmente, vi directamente os estragos de uma catástrofe, natural ou outra. Mas a verdade é que este discurso é absurdo «a mais», digamos assim. É preciso demasiado cinismo para que se olhe para um desastre que ceifa centenas de milhar de vidas com os embaciados olhos de quem só pensa no «desenvolvimento», no «crescimento» e no «progresso». Pergunte-se aos haitianos o que preferiam eles, se um progresso tremendo devido ao terramoto, com um grau de certeza bastante discutível, ou nenhum terramoto at all. Eles responderiam nos termos correctos, quer me parecer.

post inspirado numa conversa com o Hélder, no twitter.

tmr

«Na balbúrdia estabelecida, há uma única personagem em quem até certo ponto os portugueses confiam: Cavaco. Manuel Alegre não se enganou. A opinião, essa opinião que as sondagens nunca reflectem, é marcadamente antiparlamentarista e antipartidária. No que ele se engana é em atribuir esta perversidade só à direita. Ele mesmo, com a sua independência do PS e as suas relações com o PC e o Bloco, prova o contrário. A candidatura que anunciou no Algarve não é uma candidatura da esquerda, é uma candidatura acima da esquerda, a candidatura da gente desiludida com os partidos, que procura uma nova solução, ou seja, como a de Cavaco, com uma lógica presidencialista. O que, no fundo, Manuel Alegre sabe muito bem. Portugal inteiro suspira por outra coisa.»

Vasco Pulido Valente, Público

Comentário: O anti-presidencialismo manifestado por Alegre na terra do pobre Teixeira Gomes é puramente retórico. Teve, porém, um efeito imediato. Algumas harpias do pior PS (o do "socratismo dos últimos dias") já vieram sugerir a "divisão", ou seja, a necessidade de um candidato "deles" que os defenda e, no limite, mantenha esta coisa a caminho de lado nenhum que é este regime semi tudo e semi nada.

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