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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

NOTA EDITORIAL

João Gonçalves 15 Jan 10

TMR escreve aqui em baixo o que escreve. Ainda ele não era nascido e já alguma gente pensava assim. O António Barreto inspirou - e pelos vistos ainda inspira - muita gente. Eu próprio, com a idade do TMR, quando asssinei o Manifesto Reformador, dele e do Medeiros Ferreira. Sucede que a oportunidade de Barreto passou e ele deixou-a passar sentado no confortável sofá teórico onde tantos acabaram sentados. Todavia, foi Sampaio - quem diria? - quem passou os da sua famosa "geração do muro da universidade" a ferro eleitoral sem um átomo da densidade de Barreto e de outros da mesmíssima geração. O deslumbramento puramente intelectual é sempre um voto "romântico". É o que TMR quis dizer. Este blogue, pouco dado a "romantismos", diz Cavaco.

O MEU CANDIDATO PRESIDENCIAL

João Gonçalves 15 Jan 10



Enquanto Manuel Alegre se apresenta para as presidenciais e se especula sobre uma recandidatura de Cavaco Silva, os meus olhos tristes poisam noutro rosto.

Adenda muito dada ao romance: Este "eu", que não é este blogue, romântico ou não, apenas diz Barreto, e é exactamente isso que quer dizer, até ver.

tmr

FAÇA FAVOR

João Gonçalves 15 Jan 10

O grande democrata Alegre acha que "uma maioria, um governo e um presidente" só é coisa para as esquerdas. É que só à esquerda é que foi experimentada: com Soares, Sampaio, Guterres e Sócrates. Se não for dele (deles), é uma "ameaça presidencialista". Quanto mais cedo Alegre reaparecer, mais depressa o país se fartará dele. Faça favor.

Adenda: Finalmente um não papagaio (literalmente novo, o Henrique Raposo) no meio de dois dos maiores papagaios que frequentam habitualmente a SICN, os regimentais Costa Pinto e Delgado, este último uma imensa (sem) vergonha ambulante.

AS ARRASTADEIRAS

João Gonçalves 15 Jan 10

As arrastadeiras espalhadas por vários blogues, à "esquerda" e à "direita", estão a arrancar os cabelos à conta de uma venera que o PR vai atribuir a Santana Lopes. Neste blogue - está nos arquivos - criticou-se Santana Lopes quando, no entender do autor, Lopes merecia ser criticado. E apoiou-se quando se entendeu que merecia ser apoiado. Ponto. O que Cavaco vai reconhecer é o serviço à causa pública de Lopes como, no passado recente do regime, o mesmo reconhecimento institucional e político foi efectuado em relação a outros políticos eleitos. Justamente onde Lopes - e a circunstâncias- falhou foi em ter aceitado um cargo (1º ministro) sem sufrágio popular. Todavia, estes quase cinco anos de "socretismo" têm amplamente comprovado que pior é sempre possível. As arrastadeiras, porém, pronunciam-se como se o tempo tivesse parado em 2004. Pobres idiotas úteis.

ALTO VOO

João Gonçalves 15 Jan 10

Deixei de ter paciência para a "quadratura" da SICN. Não troco episódios de House, por exemplo, por aquele quarteto. Por isso não sei se alguns dos outros três perguntou ao edil Costa - não é desdobrável em presidente de câmara e paineleiro ("panelist" em inglês) ao contrário do que a complacência geral sempre sugere - como é que aquela idiotia folclórica do Red Bull em Lisboa vai custar à CML quase 2 milhões de euros enquanto custava 400 mil a cada uma das câmaras do Porto, a de Gaia e a do Porto. Santana Lopes, líder da oposição camarária, pediu (e bem) a suspensão da coisa. Costa e a sua costela autoritária decerto nem lhe responderam.

É POUCO

João Gonçalves 15 Jan 10

Gosto muito de ler o Rui Ramos e gosto do Rui, alguém a quem, neste deserto feito de deslealdades e de bizarras metamorfoses, devo atenções pessoais. Por isso mesmo, não posso deixar de me interrogar acerca do que é que o levará a apresentar um livro de Passos Coelho que, na prática, é o panfleto de Passos Coelho no déjà vu obsessivo de presidir ao PSD. Dir-se-á que também apresentou um de Paulo Rangel. Mas o livro de Paulo Rangel retoma uma ilustre linha ensaístico-política que se perdeu desde o desaparecimento de Lucas Pires e a que poucos conseguem, mesmo tentando tenazmente, aceder. Coelho só poderia produzir uma coisa com base na única ideia política que tem na cabeça, i.e., a de mandar no PSD como um vulgar "empresário". É pouco.

PORTUGAL CONTEMPORÂNEO

João Gonçalves 15 Jan 10


«Desde 1820 que Portugal sempre viveu na iminência de uma morte lenta. A quem anda nervoso, aconselho a leitura de um livro bastante instrutivo, publicado em 1871, de um tal sr. Ferreira Lobo, e que se chama apropriadamente As Confissões dos Ministros de Portugal (1832 a 1871). Em 180 páginas, esses ministros "confessam" três coisas. Primeira que no ano anterior o défice cresceu e se fizeram novas dívidas (algumas delas ruinosas) no mercado interno e no estrangeiro, mas que no ano corrente o governo espera, se não anular, reduzir significativamente o défice e a dívida. Segunda, os ministros declaram que o país "não comporta mais tributos", excepto, como é óbvio, os necessários para "aliviar" os males da Pátria. E, terceira, os ministros prometem "introduzir" em definitivo "princípios de ordem e regularidade" no Orçamento. Perante este descalabro, que de resto continuou até Salazar, havia uma regra: a regra de que era "uma indesculpável cobardia desesperar da salvação". O que não impedia uma certa angústia. Conforme o dia e o acaso, o défice e a dívida oscilavam entre ser e não ser "assustadores" - e, às vezes, chegavam mesmo a ser um abismo "inevitável" ou "insondável". A confiança nos "recursos" de Portugal variava de época para época e o medo dos "resultados fatais" da desordem financeira nunca verdadeiramente desapareceu. Claro que, de quando em quando, Portugal falia ou roçava a falência. Só que não acabava. Ou, se quiserem, acabou às mãos de Salazar.»

Vasco Pulido Valente. Público

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AS AUDIÊNCIAS

João Gonçalves 15 Jan 10

As audiências televisivas mandam em tudo: nas maratonas de telenovelas em horário nobre, no final apressado de programas caríssimos por falta de resultados, nos preços astronómicos dos jogos de futebol, até no desterro de ex-grandes estrelas (tipo Herman José) porque o grande público se fartou delas. As audiências televisivas mandam em tudo. Em tudo, menos nos programas que tocam nesse material cada vez mais radioactivo chamado "política".
Quando se mexe na política, sobretudo se for através de comentários desagradáveis ou notícias corrosivas, há valores mais altos que subitamente se levantam. Audiências? Que se lixem. As audiências deixam de ser tudo nesta vida. As audiências passam a ser coisa de telenovelas e reality shows. E por isso o jornal da TVI com maior audiência desaparece do ar, levando consigo a pivô mais popular da estação. E por isso o comentador mais influente desta terra, com shares interessantíssimos para a RTP, vai sair do canal do Estado. Porque recebeu um convite da concorrência? Nada disso. Porque António Vitorino se fez à estrada e, segundo a RTP, há uma corrente invisível que une o seu pezinho ao de Marcelo. Se um vai o outro não pode ficar.
Claro que a RTP tem uma desculpa criativa para dizer adeus a Marcelo: a culpa da vassourada é da ERC, que impôs regras em matéria de pluralismo na televisão. Só que até a própria ERC já veio publicamente lavar as mãos do assunto, dizendo que não se mete nas decisões editoriais da RTP. Depois de andar a ser chutado para os mais estapafúrdios horários e a ver as suas intervenções reduzidas ao mínimo, Marcelo é agora dispensado com desculpas manhosas. Podiam ter-lhe dito a verdade: "Professor, o senhor vai-se embora por causa das suas audiências. Infelizmente, elas são demasiado altas."

João Miguel Tavares, Correio da Manhã

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