A miséria não é só o que costuma passar por miséria. No metro de Lisboa - e não sei se também nas televisões - está afixada uma publicidade prolixa do "Wall Street Institute" (um "instituto" onde alegadamente se aprende a língua inglesa) centrada na pessoa do sr. Camarinha. O sr. Camarinha, "Zeze" de nome próprio (com o cabelinho e o bigode pintados, óculos escuros "à malandro" e uma blusinha de alças a condizer que alterna nos cartazes com um roupão vermelho), insta à frequência do referido "instituto". Em inglês? Não, em "camarinhês" que é um ruído supostamente adequado ao engate no Algarve ao qual serão sensíveis as falantes do inglês propriamente dito, sempre impressionadas com os alegados atributos sexuais masculinos do primeiro palonço que lhes aparecer pela frente. "Camone", "you are done to beef" e alarvidades do género constam dos cartazes. Ou seja, o "instituto", para atrair clientela, satisfaz-se em "trair" a língua de Shakespeare à conta do pobre Camarinha. Não é ele que é pornográfico. Ele apenas evidencia uma miséria moral que floresce por aí tão ligeira como impunemente. É o que há.
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...