Acabo de ver, no canal noticioso do cabo da estação do regime, um «debate» entre João Semedo, um interessante deputado bloquista, e um engenheiro socialista cujo nome não memorizei. O tema era o casamento entre homossexuais e é interessante que para a estação pública apenas sejam discutíveis as teses destes dois senhores, que é como quem diz as teses dos partidos destes dois senhores. Isto apesar de eu concordar mais com eles que com os da outra banda nesta matéria, como bem se sabe. O ponto interessante foi o do referendo. Pessoalmente, se alguém me viesse pedir uma assinatura, eu recusaria, principalmente porque acho que o Parlamento tem legitimidade para decidir sobre esta matéria. No entanto, a partir do momento em que mais de noventa mil pessoas quiseram pedir o referendo e obrigando a lei a setenta e cinco mil apenas, penso que é inaceitável que o Parlamento recuse a consulta popular. O próprio argumento utilizado é absurdo: os senhores deputados, por um lado, dizem que a população não pode votar directamente sobre esta matéria e, por outro, dizem que têm legitimidade porque a população votou em programas que continham esta questão. Tese e antítese sem sequer um ponto final pelo meio. Além disso, uma votação no Parlamento o que é senão uma votação feita pelos representantes do povo, isto é, da maioria do povo? As maiorias não são legítimas às vezes e não é possível que os defensores da causa se coloquem numa posição arrogante, afirmando a sua convicção como verdade. Só perdem. Nesta matéria não pode haver ataque, mas sim persuasão – como é habitual nas mais importantes questões das democracias. Ao haver ataque puro e simples, ataque medroso e, principalmente, irracional, as partes hostilizam-se e torna-se cada vez mais complexo tratar o que, afinal, é simples. Se a população pediu um referendo, que haja referendo. Sem medos.
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...