
Não, não é a chamada "grande literatura". Aliás, ela não produziu propriamente grande literatura. Escreveu, porém, O Amante. Ganhou prémios e muito dinheiro com ele. Foi, como se costuma dizer, "reconhecida". A Sábado ofereceu-o ontem, na irrepreensível tradução de Luísa Costa Gomes e de Maria da Piedade Ferreira (como é produto espanhol, a Gomes passou a "Gomez" e a capa é uma cena do filme homónimo). Li e reli, vezes sem conta, esta pequena obra-prima, esta "revelação" de Marguerite Duras sobre ela mesma e sobre o que de nós existe naquela "história". Ao contrário do título de Cormac, este livro é para velhos. Só o decurso do tempo - que significa invariavelmente morte e a ruína (o livro não "fala", aliás, de outra coisa) - permite entender o esplendor das palavras sempre cruéis de Duras. Ora um livro que começa assim não pode deixar de ser um grande livro. «Um dia, já eu era velha, um homem dirigiu-se-me à entrada de um lugar público. Deu-se a conhecer e disse-me: - «Conheço-a desde sempre. Toda a gente diz que você era bonita quando era nova, vim dizer-lhe que, para mim, acho-a mais bonita agora do que quando era jovem, gostava menos do seu rosto de mulher jovem do que daquele que tem agora, devastado.»
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