Passei ontem, por acaso, pela Livraria Buchholz. Demorei-me o menos possível porque me incomodou a decadência. Foi como se tivesse ido visitar um amigo com uma doença terminal. Livros espalhados pelas mesas a um euro, prateleiras meio vazias, o acesso interdito à cave onde se tratava da música. Mesmo já em plena era dos "cd's", cheguei a comprar algumas "caixas" de óperas em vinil à D. Isabel que a esta hora deve estar sentadinha, a descansar, na sua casa da Parede. A Livraria Buchholz tem, para mim, um significado muito especial. Era aí que, antes de entrar para a universidade, "visitava" (mais do que comprava) os livros que não encontrava em mais lado nenhum. Uma pequena colectânea pessoana coligida por David Mourão Ferreira (O Rosto e as Máscaras, da desaparecida Ática, ali bem perto, na Alexandre Herculano, substituída por uma loja de fotografias...), a primeira edição de O Labirinto da Saudade, de Eduardo Lourenço, os pequenos livros de poesia do Joaquim Manuel Magalhães da Presença ou as biografias de Eça e Pessoa de Gaspar Simões, da Bertrand, vieram de lá. Não se pode dizer que a simpatia fosse o lance mais marcante em algum do atendimento. Todavia, sempre me surpreendeu a capacidade daquelas devotas competentes para encontrar, debaixo de um "monte" mal amanhado, o título perguntado. Livrarias como a Buchholz fazem parte daqueles raros lugares de silêncio onde podemos sentir intimamente a euforia que representa o amor pelos livros e pela leitura. Fomos nós, os leitores, que as "traímos" quando as trocámos pela "facilidade" dos "grandes espaços". Talvez tudo isto seja inevitável como morrer que é o que afinal, um livro nos "ensina".
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...