
Acordei tarde, vítima da greve parcial da "groundforce" do aeroporto da Portela - prepare-se quem tiver de viajar nos próximos dias porque passará a "total" -, e acordei com a Maria Flor Pedroso a entrevistar o dr. Jaime Gama na Antena Um. Gama é o género de pessoa em quem, se fosse militante do PS, votaria tranquilamente para chefe. Não se confunde com o formigueiro que pastoreia, soberano, do alto da mesa do Parlamento. Não aprecia ruído. A sua formação filosófica, certamente pessimista, não o compromete demasiado com a vulgaridade parlamentar. Deixa-os, literalmente, falar. Governo incluído. Faz a rábula de quem defende que o "debate político" está "centrado" na AR e que isso é um sinal da "maturidade" dos "protagonistas", dos de lá e dos do governo. Graceja incorrectamente com as "quotas" afirmando que melhora a "estética" parlamentar. E termina a entrevista com a escolha musical a recair em Carla Bruni, contra a "indiferença" e contra a "Europa do nosso descontentamento". Como são tão hegelianos estes nossos políticos açorianos, sempre a deambular na catedral gótica que têm dentro das suas insulares cabeças. Todavia, nem por isso Gama consegue livrar-se daquilo a que preside e que, nas palavras de Vasco Pulido Valente, não passa de «um clube privado que, de quando em quando, a televisão mostra a um país mais do que indiferente», no qual vagueiam «a indigência intelectual, a mesquinhez de propósito, a irresponsabilidade política.» Em suma, gente de quem «não se pode esperar nada.» Gama, na verdade, merecia melhor.
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