
Na feira do livro, por menos de dois euros, adquiri O Ópio dos Intelectuais, de Raymond Aron, numa tradução da Coimbra Editora. Escrito em 1955, esta é uma segunda edição com um prefácio de Aron posterior ao "Maio de 68". Podia parecer datado por entretanto se terem sumido a URSS e os partidos "satélites" de que agora apenas sobram duas ou três agremiações entre as quais o nosso PC de rua. Ou ainda por, na altura, o maoísmo exercer uma "atracção fatal" junto dos intelectuais e a "esquerda" e a "direita" possuírem um sentido que nunca, verdadeiramente, deixaram de possuir. Aron escreve sobre os mitos que separam uma e outra e sobre a perpétua "alienação dos intelectuais". Como em todos os livros de Aron, por este perpassa a ironia e a não ilusão de um grande intelectual do século XX sobre os seus pares. Aron fala, no livro, em "sentido único" como nós hoje, por exemplo, a propósito da Europa dirigida pelos órfãos da tralha intelectual da esquerda europeia (incluo o centro-esquerda e os mais à direita porque, no fundamental, bebem do mesmo cálice), podemos falar de "pensamento único" insultando, com esta simplificação e de uma penada, todo o cânone ocidental. «O "sentido único" conduz, em política, à grande ilusão e o monoideísmo provoca desastres.» Tão actual agora como há cinquenta anos.
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