
Morreu mais uma pessoa assassinada no Bairro Alto. Quando saí do São Carlos, ontem à noite, percebi que as hordas se dirigiam - como manda a liturgia das vésperas de feriados, das sextas e dos sábados à noite - para as ruas estreitas de um Bairro onde já só se finge a alegria. Os que lá moram, há muito que deixaram de se incomodar com o ruído. Mesmo que o barulho seja o tiro de uma pistola. Se não for uma pistola, é uma faca ou uma garrafa partida. Chamam a isto divertimento. Eu chamo-lhe embrutecimento. Como não levo o carro para a Baixa, voltei a casa de metro e, depois, de autocarro. A Carris, a partir de determinada hora, "corta" os autocarros que, ou não existem, ou ficam a meio do caminho. A "noite" tornou-se infrequentável. No autocarro vinha um sujeito aos berros. Um louco, diriam os restantes passageiros. Pelo contrário, deu-me ideia que era o único lúcido no meio de abúlicos apalermados. O senhor perguntava: "vivam os sócios da selecção, você já é sócio da selecção?" E continuava. "Aumenta o pão, o leite, a gasolina, mas o que você quer é ser sócio da selecção." A sério, não é isso que V. quer? Ser voluntariamente embrutecido, morto de vida intelectual, sem necessidade de tiros ou armas brancas?
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