
Um dias destes, um homem saiu de casa para ir beber a "bica" da noite ao café habitual. Saiu de lá cadáver, com um tiro disparado à queima-roupa. Uma mulher preparava-se para estacionar o carro, ir para casa, começar o fim de semana e acabou morta à tiro enquanto falava ao telemóvel com uma amiga. Um rapaz de vinte anos fechou a loja num centro comercial e, quando se dirigiu ao carro, foi surpreendido por um tiro na cabeça que o deixou em coma. Um filho matou os pais esmagando-lhes a cabeça, suicidando-se de seguida. Na "noite", não é seguro ser "segurança". A possibilidade de terminar na morgue é elevada. E trabalhar numa bomba de gasolina também não conforta ninguém. Há muitas maneiras da "dissolução" social e do "mal-estar" difuso se manifestarem. As mais inofensivas são mesmo as manifestações onde, de tanto berrarem, as pessoas aliviam-se. Os actos descritos - avulsos e sem aparente relação entre si - mostram uma sociedade mais disposta a "descarregar" a sua frustração nos outros. É, também, o preço a pagar pela "mudança", pela "modernidade" e pela "globalização" vistas a partir da periferia. A esta gente silenciada pela violência gratuita resta-lhe a infeliz consolação de não ter de ouvir a retórica política produzida nestes momentos, a velha retórica da "confiança". Eu sou desconfiado por natureza. Por isso, pelo sim, pelo não, há por aí alguém que me venda uma arma, de preferência com silenciador?
Meu Caro,Bons olhos o leiam.O ensaio de Henrique R...
Encontrei um oásis neste dia, que ficará marcado p...
Gosto muito da sua posição. Também gosto de ami...
Não. O Prof. Marcelo tem percorrido este tempo co...
Caríssimo João, no meio da abundante desregulação ...